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30 de outubro de 2019
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20:06

Promotora diz que porteiro mentiu ao citar Bolsonaro em depoimento

Por
Sul 21
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Trecho de reportagem publicada pela Globo sobre as investigações da morte de Marielle | Foto: Reprodução

Da Redação

Em entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira (30), a promotora Simone Sibilio, do Ministério Público do Rio de Janeiro, afirmou que o porteiro do condomínio em que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) mora, no Rio de Janeiro, mentiu ao citá-lo em depoimento concedido no âmbito das investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco.

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Matéria veiculada no Jornal Nacional de terça-feira (29) trouxe a informação de que, em 14 de março de 2018, dia do assassinato de Marielle, um dos suspeitos do crime teria entrado no condomínio Vivendas da Barra, pedindo para ir à unidade 58, onde mora Jair Bolsonaro. Segundo depoimento do porteiro do condomínio, “seu Jair” teria atendido o interfone autorizando a entrada, mas o carro de Élcio Queiroz teria se dirigido à casa de Ronaldo Lessa, suposto autor da execução. O jornal informou que, naquele 14 de março, Bolsonaro estava na Câmara dos Deputados, em Brasília. E que a citação do nome do presidente poderia levar o caso a ser investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Sibilio disse que a análise da planilha e das gravações do interfone da portaria do condomínio apontam que o porteiro não ligou para a casa 58 para anunciar a chegada de Élcio, mas sim para a casa 65, de Ronnie Lessa, que autorizou a entrada. Segundo ela, a análise do interfone indicaria que foi Ronnie quem autorizou a entrada, à 17h07.

A promotora disse que serão apurados os motivos pelos quais o porteiro anotou que Élcio iria para a casa de Bolsonaro. “Todas as pessoas que prestam falso testemunho podem ser processadas”, disse Sibilio.

Mais cedo, o segundo filho de Bolsonaro, o vereador carioca Carlos Bolsonaro (PSC), publicou um vídeo que teria sido gravado na administração do condomínio, onde ele também mora, em que um homem chamado Élcio pede acesso a casa 65, às 17h13, e que uma voz diferente da do presidente autoriza a entrada.


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