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30 de outubro de 2019
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12:19

Bolsonaro diz que conversou com Moro para que PF tome novo depoimento de porteiro

Por
Luís Gomes
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Bolsonaro deu entrevista antes de se reunir com empresários na Arábia Saudita | Foto: Valdenio Vieira/PR

Da Redação*

Em conversa com jornalistas nesta quarta-feira (30), na Arábia Saudita, o presidente Jair Bolsonaro voltou a comentar a divulgação da informação de que o seu nome foi citado nas investigações sobre o assassinato de Marielle Franco. Bolsonaro disse que pediu ao ministro da Justiça, Sérgio Moro, para que a Polícia Federal tome um novo depoimento do porteiro que o associou aos suspeitos de matar a vereadora em 14 de março de 2018.

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“Estou conversando com o ministro da Justiça para a gente tomar, via Polícia Federal, um novo depoimento desse porteiro pela PF para esclarecer de vez esse fato, de modo que esse fantasma que querem colocar no meu colo como possível mentor da morte de Marielle seja enterrado de vez”, disse.

Matéria veiculada no Jornal Nacional de terça-feira (29) trouxe a informação de que, em 14 de março de 2018, dia do assassinato de Marielle, um dos suspeitos do crime teria entrado no condomínio Vivendas da Barra, pedindo para ir à unidade 58, onde mora Jair Bolsonaro. Segundo depoimento do porteiro do condomínio, “seu Jair” teria atendido o interfone autorizando a entrada, mas o carro de Élcio Queiroz teria se dirigido à casa de Ronaldo Lessa, suposto autor da execução. O jornal informou que, naquele 14 de março, Bolsonaro estava na Câmara dos Deputados, em Brasília. E que a citação do nome do presidente pode levar o caso a ser investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

“O porteiro ou se equivocou, ou não leu o que assinou. Pode o delegado ter escrito o que bem entendeu e o porteiro, uma pessoa humilde, ter assinado embaixo”, disse Bolsonaro. “Nós sabemos que (porteiros) são pessoas humildes, que quando são tomadas depoimento, sempre ficam preocupadas com algo. O porteiro está sendo usado pelo delegado da Polícia Civil, que segue ordens do Sr. Witzel governador.”, disse, referindo-se ao governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel.

Bolsonaro disse que Witzel já tinha lhe avisado de que seu nome apareceria nas investigações e o acusou de estar tramando para destruir sua reputação. “No dia 9 de outubro, às 21h, eu estava no Clube Naval do Rio de Janeiro quando chegou o governador Witzel. Foi uma surpresa para os dois. Ele chegou perto de mim e falou o seguinte: ‘O processo está no Supremo.’ Perguntei que processo. ‘O processo da Marielle. O porteiro citou seu nome’. Ou seja, Witzel sabia do processo que estava em segredo de Justiça e comentou comigo. No meu entendimento, o sr. Witzel estava conduzindo o processo com o delegado da Polícia Civil para tentar me incriminar ou ao menos manchar o meu nome com esta falsa acusação.”

Em nota, Witzel respondeu a Bolsonaro: “Lamento profundamente a manifestação intempestiva do presidente Jair Bolsonaro. Ressalto que jamais houve qualquer tipo de interferência política nas investigações conduzidas pelo Ministério Público e a cargo da Polícia Civil.”

*Com informações da BBC Brasil 


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