Da Redação*
O candidato à vice-presidência na chapa de Jair Bolsonaro (PSL), general Hamilton Mourão (PRTB), voltou a criticar o 13º salário em entrevista no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, nesta terça-feira (3). “Tem que ter planejamento, entendimento de que é um custo. Na realidade, se você for olhar, seu empregador te paga 1/12 a menos [por mês]. No final do ano, ele te devolve esse salário. E o governo, o que faz? Aumenta o imposto para pagar o meu. No final das contas, todos saímos prejudicados”, disse.
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Há uma semana, na terça-feira (25), em evento de campanha em Uruguaiana (RS), o militar defendeu que o 13º salário e o adicional de férias são “jabuticabas” – que existem exclusivamente no Brasil – e pesam como “uma mochila nas costas de todo de todo empresário”. Dois dias depois, Mourão foi repreendido por Bolsonaro, que sugeriu que o general desconheceria a Constituição. Em suas redes sociais, o presidenciável escreveu que quem fala em mexer no salário comete “ofensa ao trabalhador”. Ao Jornal do Brasil, integrante da campanha disse que o candidato à presidência não gostou nada das declarações de Mourão e que ele agora ficará “em banho-maria”.
Sobre as críticas, Mourão afirmou que o posicionamento de Bolsonaro seria uma consequência da sua “maneira de se expressar”. Em inglês, disse que não vê problemas nas declarações do candidato: “I can live with that” (“posso viver com isso”).
Ainda assim, em Congonhas, Mourão destacou que o 13º seria um dos “custos” que deveriam ser diminuídos para que o país pudesse ter mais competitividade internacionalmente. “O que eu mostrei é que tem que haver planejamento. Você vê empresa que fecha porque não tem como pagar. O governo tem que aumentar imposto, e agora já chegou no limite e não pode aumentar mais nem emitir títulos. Uma situação complicada.” O general complementou afirmando que a única possibilidade de, de fato, alterar as regras do 13º salário seria um “amplo acordo nacional” de aumento de remuneração.
*Com informações da Folha de S. Paulo