Geral
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13 de setembro de 2018
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15:32

Trabalhadores fazem novo ato em protesto contra mais de 300 demissões no Mãe de Deus

Por
Luís Gomes
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Manifestantes participam de ato diante do Mãe de Deus nesta manhã | Foto: Sindisaúde-RS / Stéfano Moura

Da Redação

Dezenas de trabalhadores participaram na manhã desta quinta-feira (13) de mais um protesto diante do Hospital Mãe de Deus contra as mais de 300 demissões promovidas pela instituição nos setores de higienização e nutrição. O ato, iniciado por volta das 10h30 e com previsão de se estender até às 14h, é realizado na calçada diante do hospital.

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A manifestação acontece dois dias depois de uma reunião de mediação entre a instituição e os demitidos no Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4). Na ocasião, os trabalhadores exigiam a reintegração dos postos de trabalho por denunciarem irregularidades nas demissões, como a falta de negociação coletiva, enquanto a instituição não levou proposta. Diante do impasse, o desembargador propôs um acordo em que os demitidos receberiam mais um mês de salário a título de indenização e uma cesta básica, no valor de R$ 100, nos próximos três meses.

Presidente do SindiSaúde-RS (Sindicato dos Profissionais de Enfermagem, Técnicos, Duchistas, Massagistas e Empregados em Hospitais e Casas de Saúde do Estado do Rio Grande do Sul), Arlindo Ritter explica que a representação dos trabalhadores recusou o acordo. “A gente quer ouvir uma proposta decente. Tem gestantes que foram demitidas, integrantes da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), pessoas que sofreram acidente de trabalho e teriam estabilidade de um ano. Todos foram demitidos junto e não poderiam”, diz Arlindo, elencando irregularidades.

 

Uma nova reunião no TRT4 está marcada para a próxima segunda-feira (17), com a expectativa de que o Mãe de Deus se posicione sobre a proposta feita pelo judiciário ou apresente uma nova. Já Arlindo justifica que a defesa da reintegração dos demitidos, além de ser uma defesa dos trabalhadores, é também para evitar a precarização do atendimento de saúde que poderá acontecer a partir da terceirização dos setores de higienização e nutrição.

“A nossa linha é em defesa da reintegração, porque a terceirização na saúde mata, e mata mesmo. Vai aumentar o nível de infecção hospitalar, com certeza. A higienização hospitalar não é como limpar shopping center, uma indústria ou um comércio, tem técnicas especializadas, controle de microrganismos. Com a terceirização, a rotatividade é muito grande, não tem a efetividade e continuidade de serviço necessárias. O Hospital Conceição passou por isso e voltou atrás depois de três anos, depois que aumentaram os níveis de infecção hospitalar”, afirma o sindicalista.

Mais de 300 trabalhadores foram demitidos | Foto: Sindisaúde-RS / Stéfano Moura
Objetivo da manifestação é pressionar por negociação com o hospital | Foto: Sindisaúde-RS / Stéfano Moura

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