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5 de dezembro de 2018
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13:20

Em greve, profissionais da saúde de Canoas cobram pagamento de salários em dia

Por
Sul 21
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Em greve, profissionais da saúde de Canoas cobram pagamento de salários em dia
Em greve, profissionais da saúde de Canoas cobram pagamento de salários em dia
Os sindicatos Sindisaúde-RS, Sindifars e Sergs organizaram a paralisação. Foto: Divulgação/Sindisaúde

Da Redação

Na manhã desta quarta-feira (05), enfermeiros, técnicos em enfermagem, farmacêuticos, radiologistas e profissionais de nível médico e técnico de Canoas entraram em greve geral por período indeterminado. “Nossa prioridade é garantir o pagamento dos salários”, afirma Arlindo Ritter, presidente do Sindisaúde-RS.

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De acordo com ele, 70% dos profissionais de saúde aderiram à greve – o que equivale a cerca de 400 pessoas. Os outros 30% permaneceram atuando em áreas emergenciais e em cirurgias que já estavam agendadas. Ainsa assim, o atendimento nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e nos hospitais Universitário, Nossa Senhora das Graças e de Pronto Socorro será impactado.

A greve foi convocada por conta de impasses na gestão dos recursos de saúde do município. De acordo com os grevistas, atrasos no pagamento dos salários, das férias, do FGTS e de benefícios como o vale-transporte vêm ocorrendo desde 2016.

A decisão foi tomada a partir de uma assembleia realizada entre o Sindisaúde-RS (Sindicato dos Profissionais de Enfermagem, Técnicos, Duchistas, Massagistas e Empregados em Hospitais e Casas de Saúde do Estado do Rio Grande do Sul) , o Sindifars (Sindicato dos Farmacêuticos no Estado do RS), o Sindicato dos Enfermeiros do RS e o Sinttargs (Sindicato dos Técnicos, Tecnólogos e Auxiliares em Radiologia do Estado do Rio Grande do Sul).

Segundo o presidente do Sindisaúde, a categoria formalizou uma denúncia na Procuradoria Geral do Estado (PGE) contra o Grupo de Apoio à Medicina Preventiva e Saúde Pública (Gamp). “Desde que o Gamp assumiu a administração dos hospitais, em 2016, convivemos com atrasos”, afirma. Além disso, há um impasse entre o Gamp e a Prefeitura de Canoas.

“No geral, o que falta nos hospitais é gestão, não só os repasses”, resume Ritter. A Prefeitura alega que encaminhou a verba destinada aos hospitais para o Gamp em dia, mesmo com atraso no repasse dos recursos por parte da Secretaria Estadual da Saúde. No entanto, o Grupo de Apoio afirma que faltariam R$ 128 milhões – o que estaria impedindo o pagamento de salários dos trabalhadores.

Uma audiência pública foi convocada para as 12h desta quarta-feira entre os grevistas, o Gamp e a administração municipal para tentar resolver o conflito. Os trabalhadores se manterão paralisados, pelo menos, até a quinta-feira (6) – quando uma assembleia convocada pelos sindicatos às 20h deverá decidir o futuro da greve.

Outros municípios afetados

Além de Canoas, a restrição no atendimento dos hospitais, provocada pela falta de repasses do governo do Estado, afeta pelo menos onze municípios no Rio Grande do Sul. Na tarde da terça-feira (4), a Prefeitura de São Leopoldo decretou situação de emergência. Os atrasos teriam intensificaram a precarização das condições da saúde. Por meio de nota, a administração afirma que há “falta de uma perspectiva real de solução”.

Em Encruzilhada do Sul,  procedimentos eletivos no hospital Santa Bárbara, o único da cidade, foram cancelados. Salários atrasados e falta de medicamentos básicos impediram a continuidade das atividades.

Uruguaiana tem contando com um atendimento emergencial restrito no seu principal hospital, a Santa Casa de Caridade. Alguns exames estão sendo cancelados, de acordo com a agenda de cada especialidade. Todas as cirurgias eletivas foram suspensas essa semana no Hospital São Paulo, em Lagoa Vermelha. Osório também tem contado apenas com atendimento de urgência e emergência, além do setor de obstetrícia. Cirurgias e exames foram cancelados por tempo indeterminado.

Ao menos outros cinco municípios atendem apenas urgências e emergências:  Sapucaia do Sul, Camaquã, Cruz Alta, Taquara e Montenegro.


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