Sartori diz que não descarta apoio de petistas; vice quer aliança com Bolsonaro

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Sartori está no segundo turno da disputada para o governo | Foto: Joana Berwanger/Sul21

Renata Cardoso

Já na noite deste domingo (7), José Ivo Sartori (MDB) agradeceu, em coletiva de imprensa realizada em hotel na zona norte de Porto Alegre, os votos recebidos no primeiro turno. Segundo ele, a votação seria uma “demonstração de força política e de aprovação popular” do seu governo, que busca um segundo mandato. Durante a entrevista, Sartori defendeu uma reforma política “para o bem das instituições nacionais”, o regime de recuperação fiscal, o combate à corrupção, a preservação das liberdades democráticas, a segurança e a ativação da economia brasileira, além de uma reforma política de “grandeza superior e avançada”. Voltou a dizer, ainda, que pretende privatizar ou federalizar ativos do Estado.

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Questionado se aceitaria o apoio do Partido dos Trabalhadores (PT), Sartori disse que não descartaria, caso fosse oferecido. “Como é que eu não vou aceitar se alguém deseja me apoiar? Seja da cor que for, seja do partido que for”, disse. Sobre a eleição nacional, afirmou compreender e respeitar a posição da população brasileira e que, no segundo turno, irá seguir a decisão do MDB do Rio Grande do Sul. Já o candidato a vice-governador, José Paulo Cairolli (PSD), disse que irá defender junto ao presidente do MDB o apoio a  Jair Bolsonaro, do PSL. Afirmou, ainda, que observa o discurso do candidato ultradireitista como “o mais adequado” ao momento do Brasil.

Cairolli já defende o apoio a Bolsonaro no segundo turno. Eleições 2018. Foto: Joana Berwanger/Sul21

O Comitê Central de José Ivo Sartori não teve grande movimentação durante a apuração dos votos. O candidato, que deveria chegar ao local por volta das 18h, alterou sua agenda e compareceu somente à coletiva de imprensa.

O atual governador do Rio Grande do Sul disputará o segundo turno das eleições com o ex-prefeito de Pelotas, Eduardo Leite (PSDB). Com 31,12% dos votos válidos no primeiro turno, Sartori tenta ser o primeiro político a comandar o Estado por dois mandatos consecutivos.

Com um discurso no sentido de “arrumar a casa” e “fazer o que tinha que ser feito”, Sartori foi eleito em 2014, no segundo turno, com 3,8 milhões de votos (61,2% do total), praticamente o dobro do que obteve no pleito de hoje, no qual seu principal oponente alcançou 35,89% dos votos. Na tentativa de aprovar o Regime de Recuperação Fiscal, Sartori vem, nos últimos quatro anos, promovendo uma série de medidas como a extinção das fundações e a tentativa de retirar o plebiscito para venda de estatais como a CEEE, a CRM e a Sulgás. Além disso, mesmo sem pagar a dívida com a União desde meados de 2017, vem parcelando os salários do funcionalismo público por 34 meses.

Foto: Joana Berwanger/Sul21

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