Leite diz que vai conversar com Bolsonaro: ‘Não há hipótese de apoiar o PT’

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Eduardo Leite em entrevista coletiva após o resultado nas urnas. Foto: Guilherme Santos/Sul21

Luís Eduardo Gomes

Em sua primeira coletiva de imprensa após conquistar uma vaga no segundo turno na disputa pelo Palácio Piratini, Eduardo Leite (PSDB) sinalizou que irá conversar com Jair Bolsonaro (PSL) para discutir um possível apoio no segundo turno das eleições presidenciais. Por outro lado, Leite deixou claro que não irá conversar com o PT sobre um possível apoio a Fernando Haddad (PT).

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“A expressão da votação do Jair Bolsonaro é a expressão de um novo caminho. Não há hipótese de nós apoiarmos o PT. Respeito o PT, não tenho sentimento de exterminar o PT, como podem ter alguns. Mas temos convicção de que esse partido não pode voltar a governar o Brasil, porque tem um modelo de governo e economia que gerou uma crise profunda”, disse.

Leite se posicionou de forma favorável a questões sociais que, como disse, são tidas como “de esquerda”. O tucano disse que respeita as diferenças, a diversidade de gênero, que reconhece homens e mulheres como iguais, mas deixou claro que o mais importante para sua decisão é uma maior proximidade econômica com as ideias da candidatura do PSL.

“Acho que o primeiro ataque ao social é uma política econômica perversa que nos condenou. Não há desenvolvimento social possível sem geração de riqueza”, disse. Ele salientou que não significa adesão ao que chamou de “palavras mal colocadas eventualmente pelo candidato”, referindo-se a Bolsonaro, mas acrescentou que “ele tem se posicionado de forma mais moderada”.

Foto: Guilherme Santos/Sul21

Para chegar ao segundo turno, Leite obteve 35,89% dos votos válidos (com 99% das urnas apuradas), contra 31,11% do governador Sartori. Questionado se a exclusão de alianças com o PT a nível nacional valia também para buscar ou não o apoio do partido no segundo turno da corrida ao Piratini – Miguel Rossetto fez 17,76% dos votos válidos -, Leite, no entanto, foi mais evasivo, dizendo que os partidos que ficaram de fora da disputa no RS também terão de fazer uma escolha entre dois modelos e que a candidatura dele representa a mudança. Ele sinalizou que poderá conversar com a candidatura de Jairo Jorge (PDT), que fez 11,09% dos votos válidos, mas não entrou em detalhes.

O tucano foi mais enfático em relação a buscar o apoio dos servidores públicos, um dos segmentos de gaúchos que mais rejeita o atual governador. “Em Pelotas, nós antecipamos o pagamento dos servidores do 5º dia útil para dentro do mês e garantimos reposição da inflação todos os anos, aumentando o vale alimentação acima da inflação”, disse. “Eu venho de uma família de servidores. Eu entendo que o governador precisa governar com todos, com os que concordam e com os que discordam. Nossa postura é de diálogo e de respeito. Nos comprometemos a trabalhar para colocar o salário dos servidores em dia no primeiro ano de governo”, acrescentou.

Leite ainda procurou se diferenciar de Sartori dizendo que, apesar de reconhecer a importância da realização de um ajuste fiscal, também é preciso buscar o crescimento da receita e aumentar os investimentos em infraestrutura. “O grande ponto que diferencia o nosso projeto é que queremos uma evolução para o Rio Grande. Ficar parado é muito pouco”.

Ele disse que, se eleito, não irá trabalhar para reduzir as alíquotas do ICMS, mas ressalvou que irá baixar impostos “com responsabilidade”, e prometeu reduzir a “burocracia para o empreendedor”. “O nosso Estado não pode ser mais ‘mau exemplo’ de dificuldades burocráticas”, afirmou.

Foto: Guilherme Santos/Sul21

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