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6 de julho de 2018
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15:10

Após queda de investigado, Eliseu Padilha assume para ‘limpar’ Ministério do Trabalho

Por
Luís Gomes
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Após queda de investigado, Eliseu Padilha assume para ‘limpar’ Ministério do Trabalho
Após queda de investigado, Eliseu Padilha assume para ‘limpar’ Ministério do Trabalho
| Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Do Brasil de Fato

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha (MDB), assumiu de forma interina o Ministério do Trabalho nesta sexta-feira (6). A decisão do Planalto foi anunciada após Helton Yomura (PTB) pedir demissão do cargo na quinta-feira (5). A nomeação foi divulgada em edição extra do Diário Oficial. Desde 2016, é a primeira vez que o comando da pasta não é entregue ao PTB.

A demissão de Yomura ocorreu no mesmo dia em que ele havia sido afastado do cargo pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, a pedido da Polícia Federal. O petebista foi alvo da operação Registro Espúrio, que investiga supostos casos de fraudes em concessões de registros de funcionamento de entidades sindicais.

Como o secretário-executivo da pasta, Leonardo Arantes, substituto natural de Yomura, foi alvo de um pedido de prisão temporária e se entregou à polícia no começo de junho, o Ministério ficou momentaneamente sem comando.

Segundo a Folha de São Paulo, Padilha vai atuar para mapear possíveis novos alvos de investigação e “limpar” a estrutura da pasta após o envolvimento na Operação Registro Espúrio. Contudo, ele próprio é investigado, em um processo que também envolve o presidente Michel Temer (MDB) e o também ministro Moreira Franco (MDB), por suposto favorecimento da empresa Odebrecht durante o período em que Padilha e Franco foram ministros da Secretaria da Aviação Civil, entre os anos de 2013 e 2015.

Espúrios

O deputado federal Nelson Marquezelli (PTB-SP) também foi alvo da Registro Espúrio na quinta-feira. A PF cumpriu mandado de busca e apreensão em seu gabinete. O parlamentar está em seu sexto mandato. É um dos maiores produtores de suco de laranja do país. Defendeu a flexibilização das leis trabalhistas e se tornou célebre durante a votação da PEC do Teto de Gastos, quando afirmou que “quem não tem dinheiro não faz universidade”. Um assessor de seu mandato foi preso durante a fase da operação.

Desde que assumiu o governo, Temer vinha indicando nomes do PTB para o Ministério do Trabalho. Em dezembro de 2017, o então ministro, Ronaldo Nogueira, pediu demissão para se dedicar à campanha eleitoral. Helton Yomura foi escolhido após a nomeação da deputada Cristiane Brasil – filha do presidente nacional da sigla, Roberto Jefferson – ter tido sua nomeação barrada pela Justiça sob o argumento de que ela cometeu infrações trabalhistas.

Yomura é advogado. Atuou na Procuradoria Municipal do Rio de Janeiro e na Secretaria de Transportes na gestão César Maia (DEM). Em 2009, se tornou assessor da Secretaria Especial do Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida do Rio de Janeiro, na gestão do governador Sérgio Cabral Filho (MDB). Em 2016, foi para a Diretoria Jurídica do Instituto de Pesos e Medidas do Estado do Rio de Janeiro, quando era governador Luiz Fernando Pezão, também do MDB. Em 2016, ingressou no Ministério do Trabalho.

Leonardo Arantes, secretário executivo de Yomura, é sobrinho do deputado por Goiás Jovair Arantes, líder do PTB na Câmara e relator do processo de impeachment de Dilma Rousseff naquela casa.


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