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5 de julho de 2018
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12:35

Ministro do Trabalho é afastado após operação da PF que apura fraudes na pasta

Por
Luís Gomes
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Ministro do Trabalho é afastado após operação da PF que apura fraudes na pasta
Ministro do Trabalho é afastado após operação da PF que apura fraudes na pasta
Ministro Helton Yomura em imagem de aquivo | Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Da Redação*

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira (5) a 3ª fase da Operação Registro Espúrio, com o objetivo de combater uma organização criminosa que atuava na concessão fraudulenta de registros sindicais no Ministério do Trabalho. Em razão da operação e a pedido da PF, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou o afastamento do ministro do trabalho, Helton Yomura, segundo informações do G1.

Yomura foi impedido de frequentar a sede do Ministério e de manter contato com outros investigados ou servidores. Ele foi intimado para prestar depoimento nesta manhã. Segundo a PF, ele agiria como “testa de ferro” do ex-deputado Roberto Jefferson, presidente do PTB e responsável pela sua nomeação — Yomura foi nome indicado para o lugar de Cristiane Brasil (PTB-RJ), filha de Jefferson que chegou a ser indicada pelo presidente Michel Temer (MDB) para o cargo, mas acabou impedida por decisões judiciais.

Além do ministro, também foi impedido de manter relações com a pasta o deputado federal Nelson Marquezelli (PTB). A PF também cumpriu mandados de busca e apreensão em seu gabinete. Em entrevista à imprensa, o deputado disse que não tem “nada a temer”. “A investigação é natural. O Ministério do Trabalho hoje pertence ao PTB. A minha atuação no marco regulatório do transporte e na área do transporte tem muito sindicatos, e eu tenho um assessor que se relaciona com eles, é natural que se faça investigação na área de sindicatos dos caminhões. Ainda mais que nesta semana eu aprovei a anistia para os caminhoneiros que foram multados, então o trabalho é natural. Mas, nada a temer. Eu trabalho aqui há 28 anos, sou ficha limpa”, afirmou.

Marquezelli acredita que a ação contra ele foi motivada pelo fato de ser relator do projeto que anistia as multas aplicadas às transportadoras durante a greve dos caminhoneiros. “A informação que a delegada [da PF] deu para nós é que serão investigados todos os deputados do PTB, todos do PDT e do Solidariedade que, nos últimos dez anos, foram os três partidos que tiveram na sua mão a direção do Ministério do Trabalho”.

Os policiais federais cumprem, desde cedo, dez mandados de busca e apreensão e três de prisão temporária, em Brasília e no Rio de Janeiro. Os mandados foram expedidos expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF). “Além das buscas, a pedido da Polícia Federal e da Procuradoria-Geral da República, serão impostas aos investigados medidas cautelares consistentes em proibição de frequentar o Ministério do Trabalho e de manter contato com os demais investigados ou servidores da pasta, bem como a suspensão do exercício do cargo”, diz a nota da PF.

A PF diz ainda que a ação desta quinta-feira decorre de investigações e da coleta de material nas primeiras fases da Operação Registro Espúrio, que indicam para a participação de novos suspeitos e “apontam que importantes cargos da estrutura do Ministério do Trabalho foram preenchidos com pessoas comprometidas com os interesses do grupo criminoso, permitindo a manutenção das ações ilícitas praticadas na pasta”.

*Com informações do G1 e da Agência Brasil


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