Geral
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3 de setembro de 2020
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22:15

Seduc é acusada de ignorar direção e invadir escola estadual para iniciar transferência

Por
Luís Gomes
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Seduc iniciou processo de mudança da escola RS nesta quinta | Foto: Arquivo Pessoal

Da Redação

A Secretaria Estadual de Educação (Seduc) iniciou nesta quinta-feira (3) o processo de transferência do mobiliário da Escola Estado do Rio Grande de Sul, localizada no Centro de Porto Alegre, para as dependências da Escola Técnica Parobé, também no Centro. Há duas semanas, o Sul21 publicou uma reportagem sobre a mobilização da comunidade escolar contra a medida, que era considerada como um fechamento da escola na prática.

Na ocasião, a Seduc negou que a mudança estivesse definida, mas disse que estava em estudo porque o prédio que abriga a Rio Grande do Sul apresenta problemas estruturais. “A Secretaria Estadual da Educação informa que está realizando estudos técnicos preliminares para transferir as atividades da Escola Rio Grande Sul, localizada em Porto Alegre, para outro endereço”, disse a pasta.

Já a diretora Elisa Santana Oliveira contou que a direção foi comunicada pela Seduc no dia 10 de agosto de que a escola deveria se mudar para a Parobé porque as dependências da Rio Grande do Sul seriam utilizadas como casa de acolhimento de pessoas em situação de rua durante a pandemia do coronavírus. Elisa disse ainda que a direção havia sido orientada a entregar as chaves da escola, mas ainda não tinha feito porque tentava negociar uma mudança de posição por parte do governo do Estado.

Nesta quinta, ela confirmou a informação de que o processo de mudança foi iniciado sem a presença da direção no local. “Nós não entregamos a chave. Foi tudo sem acordo com a comunidade. Nós fizemos aquele movimento na segunda-feira [24 de agosto], que deixou bem claro que a comunidade era contra. Eu protocolei uma ata na Seduc que éramos contrários, que inclusive o nosso conselho escolar era contrário à mudança. Eles entraram arbitrariamente mesmo, arrombaram a porta”, relata a diretora. “E ainda colocaram um cadeado novo, impossibilitando o nosso trabalho”, complementa.

Durante a tarde, a deputada estadual Sofia Cavedon (PT), que preside a Comissão de Educação da Assembleia Legislativa e acompanha a situação da escola, postou um vídeo no local em que critica a ação da Seduc.

Procurada, a Seduc não respondeu o pedido de posicionamento feito pela reportagem do Sul21 até a publicação desta matéria.


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