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22 de agosto de 2018
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15:03

Municipários realizam ato no último dia de prazo para negociação com a Prefeitura

Por
Sul 21
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Municipários pedem a abertura de diálogo com a Prefeitura. Foto: Joana Berwanger/Sul21

Giovana Fleck 

Na manhã da quarta-feira (22), o ladrilho do Paço Municipal de Porto Alegre não podia ser visto de cima. Dezenas de guarda-chuvas tomaram o espaço. Embaixo deles, servidores do município distribuíam faixas, organizavam adesivos e vestiam capas impermeáveis. A chuva fina e insistente não diminuiu a participação dos municipários no que chamaram de Ato pelo Diálogo.

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Convocado pelo Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), a manifestação marca o fim do prazo oferecido pela Procuradoria Geral do Município (PGM) para que a Prefeitura abra uma mesa de comunicação com os servidores. O limite foi estabelecido durante uma audiência de conciliação entre o Simpa e a PGM no dia 16 de agosto. A principal demanda da categoria é o reajuste da data-base. “Os trabalhadores do município estão solicitando serem recebidos pelo prefeito há meses. Esta postura do Marchezan não condiz com o regime democrático que vivemos, onde as instituições têm o dever de dialogar com a população”, disse o diretor do Simpa Alberto Terres.

22/08/2018 – PORTO ALEGRE, RS – Ato dos Municipários (Simpa) em frente à Prefeitura. Foto: Joana Berwanger/Sul21

Do outro lado do Paço Municipal, seis viaturas e uma ambulância da Guarda Municipal acompanhavam o ato. Atrás do cordão de segurança erguido em frente à entrada principal da Prefeitura, outros três oficiais se protegiam do frio e da chuva. Desde o início da paralisação, no dia 31 de julho, a relação entre o prefeito Nelson Marchezan Jr. (PSDB) e os municipários tem sido marcada por atritos.

Em entrevista ao jornal Correio do Povo na segunda-feira (20), Marchezan chegou a dizer que o Sindicato dos Municipários teria decretado o atraso dos salários quando “fez o quebra-quebra e contribuiu para que parte das reformas não fossem aprovadas”, em referência ao episódio na Câmara Municipal no dia 11 de julho, quando os vereadores avaliavam os projetos de lei protocolados pelo prefeito. “Ainda não recebi a chave do cofre da Prefeitura para decretar se os salários serão pagos ou não”, respondeu Jonas Tarcísio Reis, membro da direção do Simpa.

Esse é o 23º dia de paralisação, que já figura como segunda mais linga na história do Sindicato. Em 2017, a categoria chegou a parar por 40 dias. Ainda assim, os serviços do município não foram interrompidos. Uma liminar do Tribunal de Justiça determina a manutenção de 50% dos trabalhadores de áreas essenciais e 30% das não-essenciais para garantir a prestação de 100% dos serviços.

“Independente das divergência, que são legítimas, o Executivo tem que dialogar com os servidores que aplicam as políticas públicas nessa cidade. Não cabe a um prefeito de uma capital como Porto Alegre ter um posicionamento totalitário”, afirma Terres. “A cidade pede diálogo”, diz, se referindo à carta assinada por ex-prefeitos, ex-governadores, artistas e educadores de Porto Alegre. “Nós queremos ver mais investimento nos serviços públicos, e não que essas conquistas, que estão na trajetória de Porto Alegre, acabem.”

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Foto: Joana Berwanger/Sul21
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