Débora Fogliatto
Apenas três candidatos compareceram no início da noite desta segunda-feira (20) ao diretório promovido pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFRGS. Além de Miguel Rossetto (PT), Roberto Robaina (PSOL) e Julio Flores (PSTU), também compareceram ao debate Camilo Bornia, representando Mateus Bandeira (Novo), e Luís Alcoba de Freitas, representando Jairo Jorge (PDT). Mesmo convidados, José Ivo Sartori (MDB) e Eduardo Leite (PSDB) não comparecem e nem enviaram representantes.
Não houve “confronto” direto entre os candidatos e os representantes presentes no debate, que, além de uma introdução e das considerações finais, responderam a questionamentos elaborados pela diretoria do DCE e pela comunidade acadêmica da UFRGS.
Sorteado para ser o primeiro a falar, Julio Flores repetiu o tom que vem apresentando em debates de que não confia na “democracia burguesia” e que o PSTU está fazendo, nesta eleição, um chamado “à rebelião” dos trabalhadores. “Nós precisamos, em primeiro lugar, colocar todos os corruptos e corruptores na cadeia, e confiscar os seus bens, porque esse dinheiro não deveria ter saído dos cofres. Essa é a primeira medida dessa rebelião”.
Rossetto defendeu a necessidade de se “recuperar a democracia” e os “direitos perdidos pelo povo” nos dois anos desde que a presidente Dilma Rousseff sofreu impeachment. “Golpe que há quatro meses prendeu o maior líder popular desse país que é o Lula”, disse o petista, sob aplausos da militância do PT, que compareceu em peso ao debate. Quanto à situação do Estado, Rossetto disse que “Sartori representa aqui no RS o que Temer representa no país”. “Nós já governamos esse Estado com Olívio Dutra e Tarso Genro. Queremos convocar vocês a fazer uma grande mudança”, disse ao encerrar a sua fala.
Robaina disse que “quem não tem preocupação com Alckmin e Bolsonaro não tem sentido comum de Justiça. Mas não podemos ir para o debate nacional buscando o menos pior”. Ele também disse que a democracia não está ameaçada, porque nunca foi concedida pela burguesia, e aproveitou a oportunidade para classificar PDT e PT como partidos de centro-esquerda, que se inserem dentro da lógica capitalista. “Houve um golpe para tirar a Dilma, mas antes do golpe houve um pacto que o PT fez com a burguesia”, disse Robaina, afirmando que, quando a burguesia não quis mais participar do pacto, ela o rompeu.
Representando o candidato Mateus Bandeira, Camilo apresentou o Novo como o partido que faz a defesa do livre mercado. “Queremos um país de liberdade onde todos são iguais perante a lei”, disse, acrescentando que o partido defende fim do foro privilegiado e regalias para classe política. “Livre mercado que defendemos não é captação do mercado por grandes empresas. Queremos reforma como a feita na Nova Zelândia, em que se abriu o mercado, diminuiu a máquina pública e pessoas enriqueceram ao natural”, afirmou.
Representando Jairo Jorge, Luís Alcoba de Freitas defendeu que o PDT acredita no papel do estado para o desenvolvimento social. “Há condições de fazer políticas públicas que possam ser voltadas a melhorias para a população. O Estado tem função social e precisa estar aparelhado para servir a população”, disse. “Temos que fortalecer as instituições, esse é um passo importante”.
Agenda dos candidatos para terça-feira (21)
Miguel Rossetto – Por um Rio Grande Justo
8h – Rádio Band – Jornal Gente
9h30 – Debate Sescon/RS
15h – Visita a UPA de Sapucaia do Sul
18h – Reunião Painel UGEIRM – Sindicato
Roberto Robaina – Independência e Luta para Mudar o Rio Grande
8h45– Debate Sescon/Guaíba (Rua Augusto Severo, 168, São João – Porto Alegre)
14h – Painel do Instituto Cultural Floresta sobre Segurança Pública, no Plenarinho da Assembleia Legislativa
19h30 – Sabatina do Conselho Regional de Economia, no auditório do Prédio 5 da PUCRS (Avenida Ipiranga, 6681, Partenon)
Jairo Jorge – O Rio Grande tem solução
9h30 – Debate Rádio Guaíba/Sescon
14h – Painel do Instituto Cultural Floresta sobre Segurança Pública, no Plenarinho da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul
