Zona Eleitoral
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16 de agosto de 2018
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20:53

Com fim da hegemonia da TV, internet pode ser decisiva nestas eleições

Por
Sul 21
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O Facebook chegou a 127 milhões de usuários neste ano no Brasil e o WhatsApp tinha cerca de 120 milhões de pessoas ligadas no ano passado. (EBC)

Gilberto Costa – Agência Brasil

As próximas eleições podem ficar para história e registrar o fim da era da televisão aberta como o principal meio de informação dos brasileiros para acompanhar a disputa de votos por cargos públicos. Especialistas ouvidos pela Agência Brasil têm como hipótese a possibilidade de a internet ter mais peso do que nunca na decisão, e mudar em definitivo, a maneira de se fazer campanha eleitoral no país.

Pesquisadores de comunicação e consultores eleitorais assinalam que os 147,3 milhões de eleitores brasileiros escolherão seus representantes sob influência inédita de conteúdos compartilhados nas redes sociais e aplicativos de mensagens instantâneas, em especial no Facebook e no WhatsApp.

“Tem se especulado que esse pleito possa vir a ser a primeira eleição onde a internet assuma papel protagonista”, resume o sociólogo e cientista político Antônio Lavareda, que já trabalhou em mais de 90 eleições majoritárias (campanhas para presidente, governador e senador). Nas plataformas da internet, diferente da televisão e do rádio, que veiculam o horário eleitoral gratuito, a comunicação é individualizada e interativa. Os conteúdos são mediados pelos usuários, em lugar de vídeos e peças sonoras veiculados para grandes audiências – sem possibilidade de resposta ou de reencaminhamento.

“A mensagem encaminhada, que consegue penetrar em grupos, é mais influente do que aquela que vem pela televisão”, afirma o estatístico e doutor em psicologia social, Marcos Ruben. Fábio Gouveia, coordenador do Laboratório de Estudos sobre Imagem e Cibercultura da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), assinala que “a atenção não está mais concentrada na televisão” e, nesta campanha, os usuários “assumem papel de filtros disseminadores”, repassando ou retendo mensagens às pessoas com quem estão conectadas.

Christian Dunker, professor titular do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), aponta que a internet “viabiliza informação para uma quantidade grande da população que estava excluída do debate político”. Segundo ele, “isso ajuda a entender as formas de tratamento, usos de imagem, estratégias de retórica intimidativa e bipolarizante [hoje verificados] que eram menos acessíveis quando tínhamos a campanha baseada na televisão”.

Riscos

Os especialistas não desconsideram os riscos da próxima campanha eleitoral como a circulação de notícias falsas, deformação de mensagens, difamações generalizadas e manifestações de ódio e intolerância. Para o jornalista Mário Rosa, especialista em gestão de crises de imagem, há forte possibilidade que, em paralelo à campanha positiva e com propostas no horário eleitoral, haja forte campanha negativa na troca de mensagens. “O disparo do WhatsApp não pode ser monitorado e nem auditado. Podem atacar e não vai se saber qual a origem dos ataques”, alerta Mário Rosa ao lembrar que “o objetivo da campanha eleitoral não é informar, mas convencer”.

Na mesma linha, Christian Dunker não afasta a possibilidade, especialmente ao fim da campanha, de serem disseminados “fatos políticos que possam vampirizar candidaturas e interferir nos resultados”.

Números

O Facebook chegou a 127 milhões de usuários neste ano no Brasil e o WhatsApp tinha cerca de 120 milhões de pessoas ligadas no ano passado (20 milhões a mais do que em 2016). Facebook e WhatsApp não informaram o crescimento de usuários que tiveram entre a eleição de 2014 e até o momento.

Segundo o Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviços Móvel Celular e Pessoal (SinditeleBrasil), nos últimos quatro anos, o número de usuários de aparelhos celulares 3G e 4G (que permitem acesso a redes sociais) passou de 143 milhões para 188 milhões – diferença de 45 milhões, superior à população da Argentina. A Pesquisa Nacional de Amostra Domiciliar do IBGE contabiliza que “entre os usuários da internet com 10 anos ou mais de idade, 94,6% se conectaram via celular”.

Miguel Rossetto realiza primeira caminhada da campanha

Candidato ao governo do RS, Rossetto fez caminhada pelo centro de Porto Alegre. (Foto: Ubirajara Machado)

O candidato da Coligação Por um Rio Grande Justo, Miguel Rossetto, realizou nesta quinta-feira (16) a primeira atividade oficial de sua campanha para o governo do Estado. Segundo a coordenação da coligação, cerca de 300 pessoas participaram da caminhada no centro de Porto Alegre, que contou com a participação de Manuela D’Ávila (PCdoB), que compõe a chapa majoritária à presidência da República, ao lado de Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Haddad.

Acompanhado da militância, da candidata a vice-governadora, Ana Affonso e da candidata ao Senado, Abigail Pereira, Miguel Rossetto entregou materiais de campanha, apresentando sua trajetória e também do que quer fazer pelo Rio Grande do Sul. Candidatos e candidatas a deputado estadual e federal da coligação também estiveram presentes na caminhada.

Robaina e candidatos da coligação PSOL-PCB iniciam campanha de rua

Candidatos da coligação PSOL-PCB fizeram caminhada pelo centro de Porto Alegre (Foto: Vagner Benites)

O candidato a governador, Roberto Robaina, a candidata a vice-governadora, professora Camila, e as candidatas e candidatos à eleição proporcional da coligação Independência e Luta para Mudar o Rio Grande (PSOL-PCB) percorreram o centro de Porto Alegre na tarde nesta quinta-feira (16), na primeira atividade de rua do período eleitoral.  A concentração do grupo se deu em frente à Praça Otávio Rocha e seguiu pelas ruas do Centro Histórico, passando pela Esquina Democrática até a Praça da Alfândega. Ao longo do caminho, puderam conversar com a população e apresentar as propostas do PSOL e do PCB para o governo do Estado

Em sua fala, Robaina destacou o caráter decisivo desta eleição para os partidos da coligação e para a população, e denunciou os retrocessos resultantes das políticas dos governos federal e estadual.  Além de Robaina e Camila, estiveram na caminhada os dois candidatos ao Senado, Romer Guex e Cleber Soares, a candidata a deputada federal, Fernanda Melchionna, e os candidatos à Assembleia Legislativa, Pedro Ruas e Luciana Genro.

Mateus Bandeira fará live de 24 horas para detalhar seu plano de governo

Mateus Bandeira. Foto: Joana Berwanger/Sul21

O candidato a governador do Rio Grande do Sul pelo partido NOVO apresentará seu plano de governo durante 24 horas, ao vivo pela internet, a partir das 17 horas desta sexta-feira. Segundo a assessoria do candidato, a ação é inédita no Brasil e está inspirada no seriado House of Cards. A iniciativa é uma forma de contornar o pouco tempo de exposição na televisão (7 segundos), diz a coordenação da campanha. A transmissão pelo Facebook, Twitter e Instagram será feita direto da residência do candidato e seguirá até às 17h do sábado.

Durante a programação, Mateus Bandeira falará sobre o cenário político e os posicionamentos da candidatura, acompanhado pelo candidato à vice-governador Bruno Miragem. Para às 20h45, está prevista uma videoconferência com o candidato à presidência pelo NOVO, João Amoedo, seguida de bate-papos com lideranças e candidatos a deputado estadual e federal.

Ao longo da madrugada, Marcel Van Hattem e o vereador de Porto Alegre, Felipe Camozzato estarão entre os convidados para falar sobre os desafios da renovação na política. Temas como economia, segurança, saúde e educação também serão pauta de conversas com especialistas como Marcelo Berger, que abordará o avanço da violência, e Roberto Rachewski, que falará sobre educação. A transmissão contará ainda com a participação dos jornalistas Felipe Vieira e Diego Casagrande, e da Publisher da Revista VOTO, Karim Miskulin, que também farão seus questionamentos aos candidatos.

Candidatos do PSOL vão ao MPE por direito a fazer campanha em Caxias do Sul

Fernanda Melchionna (PSOL) – Foto: Maia Rubim/Sul21

A candidata a deputada federal e vereadora do PSOL de Porto Alegre, Fernanda Melchionna, e o candidato a deputado estadual do partido, Francisco Corrêa, protocolaram uma representação no Ministério Público Eleitoral nesta quinta-feira (16) contra o decreto municipal 19.739/2018, do prefeito Daniel Guerra, que estabelece o Campo Municipal de Caxias do Sul como a única área pública para uso de todo e qualquer candidato na campanha eleitoral deste ano.

Na representação, os candidatos alegam que farão campanha em todo o território gaúcho e especialmente em Caxias do Sul e, portanto, requerem que o MP atue para anular ou suspender os efeitos do decreto ou realize um termo de compromisso para que ele seja desconsiderado. O decreto publicado terça-feira (14) estabelece o Centro Esportivo Municipal Antônio Barros Filho, conhecido como Campo Municipal, como única área pública para campanha eleitoral em Caxias do Sul.

“O decreto representa, de forma abusiva, uma absurda limitação e restrição injustificada à campanha eleitoral e, por conseguinte, à democracia”, declaram os candidatos no documento. Os requerentes completam que não é atribuição do prefeito estabelecer as regras de campanha: “o Prefeito de Caxias do Sul sofre de possível ‘mania de grandeza’, acreditando ser deputado federal, senador, presidente da república e juiz eleitoral, tudo personificado nele mesmo”, afirmam.

TCE-RS entrega à Justiça Eleitoral lista de gestores com contas irregulares

O vice-presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RS), conselheiro Estilac Xavier, visitou nesta quinta-feira (16) o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RS), para realizar a entrega da lista dos gestores que tiveram as contas julgadas irregulares ou que receberam parecer desfavorável do Órgão de Controle, nos últimos oito anos.

A lista foi protocolada na Justiça Eleitoral na quarta-feira (15) e encaminhada ao desembargador Jorge Luís Dall’Agnol, presidente do TRE-RS. Os gestores constantes na relação poderão ser considerados inelegíveis pela Justiça Eleitoral para o pleito deste ano, por terem suas contas rejeitadas pelo TCE-RS, por irregularidade insanável e por decisão não mais passível de recurso.

Para consultar a lista, clique aqui


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