Manuela D’Ávila destaca alto índice de abstenções como principal desafio para o 2º turno

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Manuela D’Ávila votou acompanhada da filha Laura. (Foto: Danilo Cristhidis/Divulgação)

Débora Fogliatto

Em entrevista coletiva por volta das 23h, após o atraso na apuração das eleições para as prefeituras neste domingo (15), Manuela D’Ávila (PCdoB) comemorou o resultado que a colocou no segundo turno das eleições de Porto Alegre. A candidata alcançou, no primeiro turno, 29% dos votos válidos, e irá enfrentar o ex-vice-prefeito Sebastião Melo (MDB), que registrou 31% nas urnas.

“Para nós, é algo muito importante, tivemos uma grande vitória na noite de hoje. Há muitos anos nossos sonhos, nosso projeto político não chegavam ao segundo turno da eleição. Para nós, é uma responsabilidade tremenda”, destacou a candidata. A entrevista coletiva foi rápida, devido ao avançado da hora, mas Manuela, acompanhada do vice Miguel Rossetto (PT), demonstrou animação com o resultado das urnas.

Ela também destacou, porém, o alto número de abstenções em Porto Alegre, o que colocou como uma das principais pautas a serem debatidas no segundo turno. “A maior escolha dos porto-alegrenses nessa noite foi não votar, mais de 34% não compareceu às urnas. Então se por um lado vamos ter um debate sobre o caminho para a cidade, outro debate importante é entender por qual razão a maior escolha da cidade foi não optar por um prefeito”, apontou a candidata.

Ela fez uma relação entre o baixo comparecimento às urnas e o fato de ter havido, no primeiro turno das eleições, muitos ataques pessoais aos candidatos, com um “baixo nível” no debate. “Com essa quantidade de violência, de ataques que houve no primeiro turno, a escolha das pessoas é de não se envolver na política. Queremos debater projetos, programas, para que mais pessoas queiram participar do processo eleitoral. Confesso que me impressiona e me traz um recado muito alto as pessoas que desejaram não escolher, e eu acho que precisamos pensar sobre isso. Eu me proponho a debater com Sebastião Melo os problemas da cidade”, convidou.

Mesmo com forte chuva, alguns apoiadores e militantes da campanha de Manuela D’Ávila permaneceram no Largo Zumbi dos Palmares | Foto: Luiza Castro/Sul21

Questionada a respeito do fato de não ter ficado como primeira colocada dentre os candidatos, ao contrário do que indicavam as pesquisas, que apontaram seu favoritismo, Manuela afirmou que tem a intenção de dialogar com o percentual de votantes das outras candidaturas, mas também com as que não se sentiram estimuladas a sair de casa, voltando a frisar a questão das abstenções. “Essa, para nós, será a grande batalha do segundo turno”, indicou.

A candidata também destacou que, no segundo turno, não há nos debates e nas propagandas eleitorais diversos candidatos a atacando, mas sim uma disputa mais igualitária entre os dois concorrentes. “Agora a bola foi pro centro, e essa bola reequilibra o jogo, e a nosso favor. Não vai ter ninguém pra dar recado pelos outros, sem poder usar terceiros para me atacar”, disse.

Sobre possíveis apoios para o segundo turno, Manuela afirmou que irá imediatamente conversar com as coligações das candidatas Juliana Brizola (PDT) e Fernanda Melchionna (PSOL), que ficaram em quarto e quinto lugar nas eleições, e Montserrat Martins (PV). “Mas também vamos trabalhar para conversar com as pessoas. Queremos que as pessoas saibam que vale a pena, que o voto delas faz diferença”, reforçou.

Alguns apoiadores da candidata se reuniram no Largo Zumbi dos Palmares no início da noite, onde haveria uma comemoração após a apuração. Com a demora para o resultado dos votos e a chuva que atingiu a cidade, Manuela e Rossetto acabaram não indo ao local.


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