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23 de setembro de 2018
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16:59

Lideranças de diferentes credos lançam Comitê Inter-Religioso em apoio à Lula, Haddad e Manuela

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Sul 21
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Frei Sérgio Gorgen defendeu necessidade de fazer contraponto aos projetos políticos que se colocam contra a vida, intolerantes e excludentes. (Foto: Alexandre Garcia/Divulgação)

Marcos Corbari – Rede Soberania/Brasil de Fato-RS

Um grupo de 45 religiosos, representando diferentes matrizes espirituais, reuniu-se em Porto Alegre na última sexta-feira, 21, para debater a conjuntura atual que atravessa o país e congregar posicionamentos no que se refere ao processo eleitoral que está em andamento. Motivados pela necessidade de enfrentamento ao discurso fascista de extrema direita e ao projeto político excludente que se apresentam neste processo, propuseram a criação de um coletivo que foi denominado “Comitê Inter-Religioso em Defesa da Democracia e Justiça Social Lula-Haddad-Manuela”. Segundo os organizadores, participam da iniciativa religiosos católicos, evangélicos, luteranos, budistas, muçulmanos, anglicanos e representantes das espiritualidades de matriz africana, sendo que outros segmentos devem se integrar ao grupo nos próximos dias.

Irmã Michele do Sagrado Coração de Maria, que trabalha com as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) na Igreja Católica, declarou apoio ao comitê fez eco ao chamado público ali representado: “Eu sou a favor da democracia, por isso apoio Lula, Haddad e Manuela para que tenhamos um país com mais justiça social e onde todas as pessoas tenham vez e voz”. Também das CEBs, o ativista Waldir Bhon Gass ressaltou que a participação popular precisa ser retomada como a grande bandeira do novo governo, frisando a importância do voto de cada um para que se possa reconstruir esse caminho.

Para a ativista do movimento negro, Ivonete Carvalho, que acompanhou a reunião, “estamos vivendo um momento muito difícil no nosso país, onde a discriminação, os retrocessos e a violência estão afluindo e até sendo incentivadas por alguns candidatos dentro do processo eleitoral”. Segundo ela, o contraponto necessário deve partir do engajamento de cada um, onde a palavra “respeito” se torna chave para uma tomada de decisão correta no dia 7 de outubro, onde todos devemos estar engajados na eleição de um projeto que esteja comprometido com a justiça social e a igualdade. Eliane Almeida, liderança ligada às Comunidades Tradicionais de Terreiro, relembrou as políticas públicas de inclusão social e os projetos de cidadania voltados às periferias que foram desenvolvidos e que precisam ser retomados.

Encontro reuniu 45 religiosos, representando diferentes matrizes espirituais. (Foto: Alexandre Garcia)

O frei franciscano Sérgio Görgen relembrou que a defesa da justiça social é baseada na paz, tolerância, fraternidade e, mais do que tudo, na busca pela igualdade e a defesa dos mais fracos. São pontos comuns que congregam as diferentes experiências de religiosidade e que hoje são evocados para que se possa ampliar cada vez mais as ações que reforçam as candidaturas do campo progressista e o contraponto aos projetos políticos que se colocam contra a vida, intolerantes e excludentes. “Para defender a democracia e a justiça social, humildemente devemos nos colocar em consonância com os valores que aprendemos nos evangelhos e assim buscar com nosso voto uma nação mais justa e mais humana”, afirmou.

No mesmo sentido se manifestou a monja Kokai Sensei, budista, que classificou o momento histórico por que passa a sociedade brasileira como incomparável, refletindo sobre a importância que cada um tem ao protagonizar a escolha no processo eleitoral: “Hoje se faz necessário responsabilidade e esclarecimento na hora de votar, ter clareza em relação aos projetos que estão sendo apresentados e qual destes vai proteger a sociedade como um tecido que inclua todas as pessoas”, explicou. Para ela é preciso que todos estejam unidos para frear posicionamentos excludentes que voltam-se para segmentos específicos da sociedade e renegam a responsabilidade de atender aos anseios do povo como um todo.

Para os participantes o posicionamento claro e o engajamento no processo político se faz necessário e deve atuar como elo norteador à proposta de um projeto que é pelo povo, buscando justiça social e colocando-se na vanguarda em defesa da vida.

Interessados em participar do Comitê Inter-Religioso podem contatar através dos telefones/whatts (51) 992019635 ou (51) 998287083.

 


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