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3 de maio de 2021
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22:59

Assembleia do Cpers rejeita greve sanitária e defende manutenção das aulas remotas

Por
Sul 21
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Assembleia do Cpers rejeita greve sanitária e defende manutenção das aulas remotas
Assembleia do Cpers rejeita greve sanitária e defende manutenção das aulas remotas
Assembleia do Cpers foi realizada de forma virtual nesta segunda-feira (3) | Foto: Reprodução

Luís Eduardo Gomes

Em assembleia digital do Centro Professores do Estado Rio Grande Sul (Cpers), realizada na tarde desta segunda-feira (3), os educadores estaduais decidiram não realizar greve sanitária contra a retomada das aulas presenciais nas escolas estaduais e, em vez disso, continuar a mobilização da categoria pela manutenção do ensino remoto.

Realizada por meio de aplicativo de videoconferência, a assembleia discutiu a possibilidade de realização de greve sanitária da categoria como forma de oposição à retomada das aulas presenciais na rede estadual, que foi iniciada nesta segunda-feira pelas escolas de Educação Infantil e o 1º e 2º anos do Ensino Fundamental e prosseguirá com a retomada dos próximos níveis até o dia 13 de maio. As aulas serão realizadas pelo modelo híbrido, com a carga horária dividida entre aulas presenciais e remotas.

Favoráveis à greve sanitária defenderam que esta era a única possibilidade para defender a categoria e, além disso, seria uma mensagem necessária para a sociedade de que o controle da mobilidade ainda é essencial.

“A gente não pode retornar para o trabalho presencial nas escolas. A gravidade da situação é muito grande. As pessoas estão sentindo o perigo do vírus. Todas e todos nós conhecemos pessoas que tombaram. Não existe outra possibilidade que não a greve”, defendeu o professor Guilherme Gil.

Já a tese contrária à greve, posição defendida pela direção do sindicato, era de que não havia mobilização da categoria para a paralisação neste momento.

“A categoria tem receio. Nós fomos penalizados na última greve, não recebemos ainda os recursos descontados”, disse a presidente do sindicato, Helenir Aguiar Schürer. “Não adianta que a gente tem uma greve de vanguarda para mostrar que o sindicato é combativo, mas que irá desgastar o próprio instrumento de greve. A greve se constrói no chão da escola e a sinalização que os colegas deram é que não existe greve sanitária”, afirmou Solange da Silva Carvalho, vice-presidente do Cpers.

Por 73% a 19%, com 8% de abstenções, os participantes da assembleia decidiram pela não realização da greve sanitária.

Apesar da decisão, Helenir destacou que a categoria irá defender a manutenção das aulas em ensino remoto e que irá atuar na fiscalização da adequação das escolas aos protocolos sanitários, porque, segundo oela, o sindicato “tem certeza que tem escolas abertas que não deveriam estar”. Além disso, disse que a entidade seguirá mobilizada na defesa da vacinação da categoria e pela entrega de equipamentos de proteção individual (EPIs) adequados.

“A máscara que nossos alunos recebem é de péssima qualidade. Se nós denunciarmos isso ao Ministério Público, tenho certeza que o MP vai dizer que não tem máscara nas escolas, porque é a mesma coisa que não tivesse”, disse.

Além da possibilidade de greve, a categoria decidiu pelo não adiamento das eleições do sindicato. Previstas para acontecer no ano passado, as eleições do Cpers foram adiadas para os dias 26, 27 e 28 de maio, a serem realizadas em formato virtual.

Favoráveis ao adiamento defendiam que o momento não era adequado para a realização do pleito e que a categoria deveria estar unida nas mobilizações relacionadas à covid-19. Já os defensores da manutenção da eleição, tese defendida pela gestão atual, argumentaram que a licença sindical dos atuais dirigentes se encerra em junho próximo e que não escolher uma direção iriai desorganizar o sindicato. Por 60% dos votos favoráveis a 35% contrários, com 5% de abstenções, a votação foi mantida para o final do mês de maio.


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