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6 de outubro de 2020
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15:04

Repórter do DCM é ameaçado de morte após investigar gabinete do ódio

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Sul 21
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Repórter do DCM é ameaçado de morte após investigar gabinete do ódio
Repórter do DCM é ameaçado de morte após investigar gabinete do ódio
Jornalista Pedro Zambarda recebeu mensagens de calúnia, injúria e difamação. Em seguida, foi vítima de uma ameaça grave (Brasil 247/flickr)

Rede Brasil Atual

O repórter Pedro Zambarda, do Diário do Centro do Mundo (DCM), foi ameaçado de morte após publicar uma reportagem que envolve Leonardo Antonio Corona Ramos, ex-assessor do deputado estadual Conte Lopes (PP-SP).

O jornalista recebeu mensagens de calúnia, injúria e difamação. Em seguida, foi vítima de uma ameaça grave. “Esse vai ser o último aviso que eu vou dar. Apaguem a matéria envolvendo meu nome. Porque se não a próxima matéria vai ser de quantos tiros vocês levaram”, diz a mensagem.

A reportagem de Pedro Zambarda aborda supostas ameaças que envolveriam o ex-assessor do deputado estadual paulista Conte Lopes (PP) contra a jornalista Patrícia Lélis. Ao entrar em contato com o parlamentar, o jornalista acredita que seu contato foi repassado ao ex-assessor.

“Como entrei em contato com o Conte Lopes para buscar a versão dele, acredito que ele passou meu contato para o ex-assessor. No mesmo dia, a namorada deste assessor me mandou mensagem xingando. Dois dias depois, ele me xingou e, depois, me incluiu num grupo no WhatsApp falando que publicariam uma matéria sobre os tiros que eu levaria. Registrei um boletim de ocorrência e apresentei uma representação criminal contra esse sujeito”, relatou Pedro a Glauco Faria, no Jornal Brasil Atual.

O texto trata dos gabinetes de ódio criados por parlamentares da extrema-direita, porém, fora do círculo mais próximo do presidente Jair Bolsonaro. A matéria, por exemplo, fala sobre o candidato à prefeitura de São Paulo Arthur ‘MamãeFalei’ Moledo do Val, e os ataques contra o padre Júlio Lancelotti.

Solidariedade

Após a ameaça recebida, Pedro foi acolhido por jornalistas e instituições ligadas à liberdade de imprensa. O Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé, por exemplo, publicou uma nota em defesa do colega.

“Diante da gravidade do fato, que coloca em risco a integridade física do jornalista e ameaça o exercício da liberdade de imprensa, o manifesta total solidariedade ao companheiro agredido e ao DCM, na expectativa de que os responsáveis por tais atos sejam punidos, como determina a lei”, diz o Barão.

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) também deve se manifestar nos próximos dias. O jornalista afirma que, apesar de as ameaças assustarem, não vai se intimidar e continuará suas apurações.

“Formou-se uma rede de solidariedade importante. O Barão de Itararé demonstrou apoio, vários jornalistas se manifestaram solidários. É bacana saber que temos esse tipo de suporte em tempos de gabinete de ódio”, finalizou.


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