Últimas Notícias > Política > Areazero
|
17 de setembro de 2020
|
22:53

Centenas protestam contra nomeação de próximo reitor da UFRGS

Por
Luís Gomes
[email protected]
Estudantes realizam ato contra a nomeação de Carlos Bulhões para reitor da UFRGS | Foto: Luiza Castro/Sul21

Luiza Castro
Luís Eduardo Gomes

Centenas de estudantes, servidores e professores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) participaram na tarde desta quinta-feira de um protesto contra a nomeação do próximo reitor da instituição, o professor Carlos Bulhões. O protesto é motivado por ele ter ficado em último lugar na consulta à comunidade acadêmica realizada em julho, o que fez com que fosse o terceiro colocado na lista tríplice apresentada à Presidência da República, mas ainda assim ter sido nomeado por Jair Bolsonaro, o que é compreendido pelos manifestantes como uma intervenção na universidade.

O ato, marcado por faixas, falas e palavras de ordem contra a indicação, contou com a presença de diversos diretórios acadêmicos, do Diretório Central de Estudantes (DCE) e de representações de entidades estudantis, de servidores e professores da universidade, que se unem no movimento “Eu Defendo a UFRGS”. Marcado para às 13h para a frente da Reitoria, o ato acabou sendo realizado diante da Faculdade de Educação (FACED). O ato ocorreu simultaneamente a uma entrevista coletiva em que Bulhões afirmou que irá aceitar a nomeação e defendeu a legitimidade da indicação.

Representante da União Nacional dos Estudantes (UNE) no RS, Gabriela Silveira, diz que o ato desta quinta é apenas o primeira ação da mobilização contra a nomeação de Bulhões. “O ato de hoje é um pontapé inicial para uma série de outras mobilizações que nós faremos. “Ele não é o reitor eleitor, ele não foi eleito por nenhuma categoria. Ele não vai ter um minuto de paz na universidade”, disse.

Segundo a estudante, a nomeação foi recebida com “indignação” pela comunidade acadêmica. “O Bulhões não é o reitor eleito, ele não foi escolhido por nenhuma categoria. Nós sofremos uma intervenção do governo Bolsonaro, que acho que sequer colocou os pés na nossa universidade em algum momento, é um cara que não defende a educação, que não defende a ciência, então é um completo clima de indignação da universidade, de que a nossa opinião e a nossa vontade foram desrespeitadas. A UFRGS, como um todo, foi completamente desrespeitada”.

Por volta das 15h, os manifestantes deixaram o campus central e iniciaram uma caminhada pela Av. Loureiro da Silva até a escola Estado do Rio Grande do Sul, onde ocorreu um ato de encerramento. “A escola também teve a sua autonomia desrespeitada quando o governo do Estado arrombou o cadeado da escola e retirou o histórico dos estudantes sem nenhum tipo de diálogo com a comunidade escolar. A gente foi prestar essa solidariedade dos estudantes da UFRGS com a comunidade da escola Rio Grande do Sul”, diz Vítor Martinez, diretor de Movimentos Sociais da União Estadual dos Estudantes (UEE) e estudante de Direito da UFRGS.

Confira mais fotos do ato:

Foto: Luiza Castro/Sul21
Foto: Luiza Castro/Sul21
Foto: Luiza Castro/Sul21
Foto: Luiza Castro/Sul21
Foto: Luiza Castro/Sul21
Foto: Luiza Castro/Sul21
Foto: Luiza Castro/Sul21
Foto: Luiza Castro/Sul21
Foto: Luiza Castro/Sul21
Foto: Luiza Castro/Sul21
Foto: Luiza Castro/Sul21

Leia também
Compartilhe:  
Assine o sul21
Democracia, diversidade e direitos: invista na produção de reportagens especiais, fotos, vídeos e podcast.
Assine agora