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11 de setembro de 2020
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14:34

Celso de Mello manda Bolsonaro depor presencialmente em inquérito que investiga interferência na PF

Por
Luís Gomes
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Celso de Mello manda Bolsonaro depor presencialmente em inquérito que investiga interferência na PF
Celso de Mello manda Bolsonaro depor presencialmente em inquérito que investiga interferência na PF
Celso de Mello | Foto: Nelson Jr. /STF

Da Redação

O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF) negou ao presidente Jair Bolsonaro a prerrogativa processual de depor por escrito no inquérito que investiga a denúncia do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro de interferência na Polícia Federal. A possibilidade do presidente depor por escrito havia sido requerida pelo procurador-geral da República, Augusto Aras. Com a negativa, Bolsonaro terá depor presencialmente.

Celso de Mello baseou sua decisão no artigo 221, caput e parágrafo 1º do Código de Processo Penal, que, segundo o ministro, somente concede o benefício especial de depoimento por escrito aos chefes dos Três Poderes da República que figurem como testemunhas ou vítimas, não, porém, quando ostentem a condição de investigados ou de réus.

“Idêntico pedido formulado pelo então presidente do Senado Federal (e do Congresso Nacional), que figurava como investigado em determinado procedimento penal, foi-lhe fundamentadamente negado pelo eminente e saudoso ministro Teori Zavascki”, relembrou o ministro Celso de Mello em sua decisão, referindo-se a Renan Calheiros (MDB).

O ministro ressaltou que a decisão já se encontrava pronta em 18 de agosto, quando precisou passar por uma internação hospitalar e posterior cirurgia, o que o impediu de assiná-la, “somente vindo a fazê-lo agora, não obstante em licença médica, em face de expressa autorização legal prevista no art. 71, § 2º, da Lei Orgânica da Magistratura Nacional (LOMAN)”.

Aberto em maio, o inquérito investiga a acusação feita por Moro de que Bolsonaro tentou interferir no comando da Polícia Federal para proteger familiares e aliados. É o mesmo inquérito que levou à divulgação da gravação da reunião ministério de 22 de abril.


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