Últimas Notícias>Política
|
5 de agosto de 2020
|
13:38

Bolsonaro pensou em enviar tropas para fechar o STF no dia 22 de maio, diz revista

Por
Luís Gomes
[email protected]
Bolsonaro pensou em enviar tropas para fechar o STF no dia 22 de maio, diz revista
Bolsonaro pensou em enviar tropas para fechar o STF no dia 22 de maio, diz revista
Foto: Alan Santos/PR

Da Redação

Reportagem da revista piauí publicada nesta quarta-feira (5) aponta que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) esteve próximo de ordenar que militares fossem enviados ao Supremo Tribunal Federal para destituir os atuais onze ministros da corte. A partir de conversas com fontes que pediram anonimato, mas incluindo pessoas que participaram das conversas, a reportagem aponta que, no dia 22 de maio, após ser informado de que o ministro Celso de Mello abriu uma consulta junto à Procuradoria-Geral da República a respeito da possibilidade de apreender o celular do presidente, Bolsonaro considerou que um limite fora ultrapassado e que seria necessário intervir na corte.

Segundo a piauí, participaram inicialmente da reunião o ministro-chefe da Casa Civil, Walter Braga Netto, e o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, sendo depois somados pelo ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, e pelos ministros da Justiça, André Mendonça (Justiça), da Defesa, Fernando Azevedo, e pelo advogado-geral da União, José Levi. A base para a intervenção seria o artigo 142 da Constituição, que, na visão de Bolsonaro e aliados, permitiria que as Forças Armadas agissem como “poder moderador”, interpretação não reconhecida pelo STF.

Ao fim, Bolsonaro foi dissuadido da medida e, no mesmo dia, foi publicada uma nota à nação brasileira escrita pelo general Heleno que avaliava a possibilidade de apreensão do celular de Bolsonaro como “inconcebível e, até certo ponto, inacreditável” e como “uma afronta à autoridade máxima” do presidente. “O Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República alerta as autoridades constituídas que tal atitude é uma evidente tentativa de comprometer a harmonia entre os poderes e poderá ter consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional”, dizia o texto.

Naquele mesmo dia, Celso de Mello divulgou o vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril, que serviu de base para as acusações de que ele tentava interferir na Polícia Federal para proteger familiares e pessoas próximas.

Confira a íntegra da reportagem da piauí.


Leia também
Compartilhe:  
Assine o sul21
Democracia, diversidade e direitos: invista na produção de reportagens especiais, fotos, vídeos e podcast.
Assine agora