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15 de junho de 2020
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19:39

‘Não adianta atuar quando a UTI já está esgotada’, diz Leite após mudança nas bandeiras

Por
Sul 21
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‘Não adianta atuar quando a UTI já está esgotada’, diz Leite após mudança nas bandeiras
‘Não adianta atuar quando a UTI já está esgotada’, diz Leite após mudança nas bandeiras
Prefeitos do interior do estado reagiram mal ao aumento de restrições comerciais para conter o avanço do coronavírus. Foto: Felipe Dalla Valle/Palácio Piratini

Luciano Velleda

No primeiro dia em vigor da bandeira vermelha em quatro regiões do Rio Grande do Sul, o governador do Estado, Eduardo Leite (PSDB), defendeu o modelo do distanciamento controlado e a necessidade de maiores restrições em determinadas atividades econômicas. Nesta segunda-feira (15), prefeitos das regiões de Uruguaiana, Caxias do Sul e Santo Ângelo disseram que não irão cumprir as medidas relativas à bandeira vermelha, anunciadas no último sábado (13). A mudança nas quatro macrorregiões impacta 116 municípios, que a partir de hoje devem adotar medidas mais restritivas no comércio.

“É importante encararmos isso com rigor e responsabilidade”, disse Leite, durante transmissão via rede social. O governador voltou a justificar a mudança da bandeira laranja (risco médio) para vermelha (alto risco) devido a piora do quadro geral de contaminação pelo novo coronavírus nas quatro regiões. “Analisamos indicadores e, nessas regiões, se identificou o aumento de contágio. Agimos agora para evitar que lá na frente tenhamos esgotamento do sistema de saúde”, explicou. “Atuamos onde e no momento que tem que ser feito. Por isso, nosso modelo serve para captar a inflexão dessas curvas. Não adianta atuar quando a UTI já está esgotada.”

Procurando equilibrar a preservação da vida com a diminuição do impacto econômico causado pela crise sanitária, o governador ponderou não ser possível nem fechar tudo e esperar a descoberta da vacina, tampouco liberar o comércio indiscriminadamente. Para ele, encontrar o equilíbrio entre saúde e atividade econômica com controle é a medida mais adequada. “Precisamos da população junto conosco para que tudo isso funcione”, afirmou. “O Rio Grande do Sul não voltou à normalidade.”

A importância de Porto Alegre

Durante a transmissão em vídeo, Eduardo Leite comentou sobre a situação da capital do Estado, que também enfrenta uma alta “bastante expressiva” na contaminação pelo vírus. Leite destacou a importância da rede de saúde da cidade para todo o Rio Grande do Sul, considerando que muitos pacientes do interior são atendidos nos hospitais da Capital. “Se essa rede colapsar, o estado colapsa”, afirmou, em tom grave.

Alinhado ao discurso do prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB), Leite enfatizou ser preferível adotar medidas restritivas agora do que correr o risco da doença sair de controle e ser obrigado, depois, a recorrer a ações com impacto mais severo para a economia. “É importante lembrar à população: não há volta à normalidade. É preciso continuar se cuidando”, destacou.

Volta às aulas

O governador Eduardo Leite havia dito, no final de maio, que no dia 15 de junho poderia anunciar a retomada das aulas presenciais, com possível início em julho. Nesta segunda-feira (15), todavia, o chefe do Executivo estadual disse que o tema segue em análise e não acrescentou novidades.

“Não vamos arriscar uma retomada antecipada das aulas no Rio Grande do Sul”, disse Leite, parecendo mais reticente em avançar no assunto no mesmo dia em que prefeitos do interior se rebelaram contra a bandeira vermelha.

Por outro lado, o governador gaúcho manteve a data de hoje para a retomada de cursos livres (profissionalizantes, idiomas, artes e similares) e aulas na pós-graduação e ensino técnico, porém somente atividades práticas essenciais para a conclusão do curso, como pesquisa, estágio curricular obrigatório e atividades em laboratórios.


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