Da RBA
Jair Bolsonaro sabia onde estava escondido o ex-assessor de seu filho Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz, na opinião de 64% das pessoas. O levantamento foi feito pela pesquisa Datafolha, divulgada nesta sexta-feira (26), sobre a prisão de Queiroz, detido em Atibaia, no último dia 18, e a popularidade do presidente.
Apenas 21% dos brasileiros acham que Bolsonaro não sabia sobre o paradeiro do amigo, investigado no esquema das “rachadinhas” da Assembleia do Rio de Janeiro (Alerj). Três a cada quatro entrevistados pelo Datafolha afirmaram ter tido ciência do caso.
O Datafolha ouviu 2.016 brasileiros, por telefone, e 46% não acreditam que o presidente Bolsonaro esteja envolvido no esquema das “rachadinhas”, enquanto 36% afirmam que está.
Fabrício Queiroz é considerado um problema político para Jair Bolsonaro. O ex-assessor de Flávio foi preso na casa de Frederick Wassef, advogado do presidente e também de seu filho. Wassef tinha trânsito livre no Palácio do Planalto, onde estava semanalmente.
De acordo com o Ministério Público do Rio de Janeiro, Queiroz operava um esquema de “rachadinha” no qual funcionários seriam coagidos a devolver parte de seus salários, enquanto trabalhava no gabinete de Flávio na Alerj. O filho de Bolsonaro foi deputado estadual de fevereiro de 2003 a janeiro de 2019 e também é um dos suspeitos do caso.
Aprovação de Bolsonaro estaciona
A pesquisa do Datafolha também aponta que o presidente Jair Bolsonaro manteve sua aprovação em 32%, o mesmo índice do fim de maio (33%). A rejeição ao governo é de 44%, ante 43% da última pesquisa, enquanto os que avaliam Bolsonaro como regular estacionaram nos 23%.
Por outro lado, a aprovação de Bolsonaro cai para 15% entre aqueles que acham que o presidente sabia onde Queiroz se escondia, até ser preso na casa de Wassef.
Mesmo com aprovação estável, Bolsonaro não inspira muita confiança à população. Ao todo, 46% dos brasileiros dizem nunca confiar no presidente, enquanto apenas 20% afirmam que sempre confiam e 32%, acreditam às vezes.
O Datafolha aponta que Jair Bolsonaro é o presidente mais mal avaliado da história a essa altura de um primeiro mandato, desde a volta das eleições diretas, em 1989. Antes de sofrer impeachment, Fernando Collor, com um ano e seis meses de gestão, possuía 41% de rejeição.