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11 de março de 2020
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13:49

Deputado propõe homenagem a jornalista atacado durante formatura na Unisinos

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Sul 21
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Deputado propõe homenagem a jornalista atacado durante formatura na Unisinos
Deputado propõe homenagem a jornalista atacado durante formatura na Unisinos
Deputado Valdeci Oliveira (PT) | Foto: Celso Bender/Agência ALRS

Da Redação (*)

O deputado estadual Valdeci Oliveira (PT) apresentou proposição na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul para a concessão da Medalha da 55ª Legislatura ao jornalista Felipe Boff. Recentemente, em formatura da turma de jornalismo da Unisinos, na cidade de São Leopoldo, em que Boff foi paraninfo, o jornalista proferiu um discurso em defesa da profissão, pela liberdade de expressão e de imprensa, que “vive seus dias mais difíceis desde a ditadura militar”. A fala do jornalista foi acompanhada por vaias, gritos raivosos e intolerantes por parte do público formado por convidados e familiares dos formandos. Estes, por sua vez, se levantaram das cadeiras em que estavam sentados no palco e, em apoio a Boff e ao teor da sua fala, ficaram em pé durante todo o discurso o aplaudiram vigorosamente. “É fundamental que neste momento da conjuntura nacional todos os democratas e progressistas cerrem fileiras diante dos atos e ameaças ao estado democrático de direito e ao livre exercício profissional de jornalista”, defendeu Valdeci ao apresentar a proposição que será apreciada na próxima semana.

Em sua manifestação, o também professor da Unisinos lembrou que “entre 1964 e 1985, jornalistas foram censurados, perseguidos, presos, torturados e até assassinados, como Vladimir Herzog. Hoje, somos insultados nas redes e nas ruas; perseguidos por milícias virtuais e reais; cerceados e desrespeitados por autoridades que se sentem desobrigadas de prestar contas à sociedade”.

Boff não ficou apenas nas palavras, deu nome aos bois mesmo sem citá-los. A certa altura, disse com todas as letras que o principal responsável por esse ambiente hostil aos profissionais da imprensa hoje no país é o mesmo que também elegeu como inimigos da sociedade os cientistas, professores, artistas, ambientalistas. “No ano passado, segundo levantamento da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), o presidente da República atacou a imprensa 116 vezes em postagens nas suas redes sociais, pronunciamentos e entrevistas. Um ataque a cada 3 dias”, destacou, para em seguida dar seu recado: “Não, presidente, não somos uma raça em extinção. Ao contrário. Somos uma raça cada dia mais forte, mais unida, mais corajosa, mais consciente. Basta olhar para estes 21 novos jornalistas que estamos formando hoje. Basta ler os dizeres na camiseta deles: Não existe democracia sem jornalismo”.


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