Da Redação
O Conselho Federal de Biblioteconomia encaminhou nesta segunda-feira (17) um ofício ao ministro-chefe da Secretaria-Geral da presidência da República, Jorge Oliveira, posicionando-se contrariamente ao encolhimento da Biblioteca da Presidência da República. Na semana passada, o local começou a ter seu espaço reduzido para abrigar uma sala com banheiro privativo destinada à primeira-dama, Michelle Bolsonaro.
O acervo da biblioteca conta com mais de 42 mil itens, incluindo três mil discursos de presidentes da República, além de obras de direito, economia e administração. Conforme o CFB, a redução do espaço, que deixaria o acervo fechado e eliminaria os espaços de convivência, estudo e leitura, comprometeria o papel da biblioteca perante a sociedade.
“Ressaltamos que as áreas destinadas à consulta aos itens dos acervos e coleções documentais, leitura e pesquisa das bibliotecas, centros de documentação e informação, devem ser estabelecidas com bases nos preceitos das Biblioteconomia, relevando o quantitativo de usuários reais e potenciais, bem como o tamanho do acervo, de forma a garantir ambiente digno aos seus usuários. Por isso, a preservação do espaço, a manutenção dos serviços bibliotecários e a coleção de livros e documentos como preservação da memória nacional se constituem em direito à informação e ao conhecimento de todas as gerações dos brasileiros”, diz o documento, assinado por Marcos Luiz Cavalcanti de Miranda, presidente do CFB, e Fábio Lima Cordeiro, presidente do Conselho Regional de Biblioteconomia da 1ª Região, primeiro a se mobilizar contra a medida
Questionado sobre o assunto no último sábado (15), Bolsonaro reagiu com as costumeira agressividade contra os jornalistas. “Vocês só se preocupam com besteira. Nenhum livro vai embora. Vai ficar tudo lá. A primeira dama faz um trabalho de graça para o Brasil todo. Ao invés de vocês elogiarem vocês criticam? Tenha a santa paciência”, disse ele.
Pra criar o Gabinete da 1°Dama foi desmontado a Biblioteca da Presidência pic.twitter.com/jmj5r5rT9G
— O BRASIL VIVE UMA GUERRA FRIA DE MENTIRAS (@DBonisen) February 16, 2020