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3 de fevereiro de 2020
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18:23

Ao enfraquecer Onyx, Bolsonaro perde articulação com o Congresso, diz cientista político

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Sul 21
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Ao enfraquecer Onyx, Bolsonaro perde articulação com o Congresso, diz cientista político
Ao enfraquecer Onyx, Bolsonaro perde articulação com o Congresso, diz cientista político
Apesar do enfraquecimento na articulação, Paulo Nicoli acredita que o governo focará nas pautas econômicas para conseguir dialogar com o Congresso. Foto: Alan Santos/PR

Da RBA

Para o cientista político Paulo Niccoli Ramirez, o Palácio do Planalto perdeu poder de articulação política com o Congresso Nacional, que voltou do recesso nesta segunda-feira (3). O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, está enfraquecido no governo Bolsonaro, o que pode ser ruim nas negociações de pautas, de acordo com o especialista.

“O ministro da Casa Civil Onyx Lorenzoni perdeu força com Bolsonaro, por conta do secretário que usou o avião da FAB. Uma vez que ele reduz as funções do Onyx, diminui mais o canal de comunicação com o Congresso Nacional”, avalia Niccoli, em entrevista aos jornalistas Marilu Cabañas e Glauco Faria, da Rádio Brasil Atual.

A crise na Casa Civil teve início após Bolsonaro mandar exonerar o antigo número 2 da Casa Civil, José Vicente Santini, que utilizou uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) para ir ao Fórum Econômico Mundial, na Suíça, e para encontrar a comitiva de Bolsonaro na Índia. Demitido na terça-feira (28), Santini foi nomeado em seguida para outro cargo na Casa Civil. O presidente, no entanto, decidiu tornar a nomeação sem efeito.

Apesar do enfraquecimento na articulação, Niccoli acredita que o governo focará nas pautas relacionadas à equipe do ministro Paulo Gueders para conseguir dialogar com o Congresso. “O que promove comunhão de ideias entre os dois são as pautas econômicas. Então, haverá um debate mais acentuado sobre a reforma tributária, a distribuição de impostos entre estados e municípios, enquanto as “pautas morais” de Bolsonaro vão ficar de lado”, afirmou.

O cientista político lembra que, por conta das eleições municipais, o ano será mais curto e pautas polêmicas terão mais dificuldades para serem aprovadas. “Se não houver nenhuma grande discussão até o meio do ano, será um ano perdido para o governo, uma vez que teremos eleições municipais, no segundo semestre, e nenhum parlamentar vai tomar medidas antipopulares”, acrescentou.


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