Da Redação
Militantes do PSOL de Porto Alegre anunciaram nesta quarta-feira (08) o lançamento de uma pré-candidatura coletiva à Câmara de Vereadores nas eleições deste ano. A proposta segue experiências realizadas em São Paulo e Pernambuco, que elegeram mandatos coletivos para as assembleias legislativas nas eleições 2018. De acordo com as integrantes, o grupo de Porto Alegre reúne mulheres identificadas com as lutas do movimento negro, feminista, da educação, sindical e estudantil.
Marlise Paz, assessora de relações étnico-raciais do IFRS que integra a candidatura coletiva e cujo nome deve representar o grupo, explica que, embora a proposta seja uma novidade, a articulação está diretamente ligada à luta histórica das mulheres da classe trabalhadora e cita companheiras na aliança que ela aponta como referências: Berna Menezes, ex-vereadora e integrante da executiva nacional do PSOL, e Neiva Lazarotto, professora e ex-vice-presidente do Cpers.
Marlise, que foi estudante da UFRGS, destaca também a importância da política de cotas na sua trajetória. Para ela, o acesso à educação superior permitiu que conhecesse outras militantes e que hoje possa integrar essa proposta de mandato coletivo. “A definição do modelo vem com essa necessidade que nós, da esquerda, temos de expandir as representações, de ocupar esses espaços que têm sido historicamente ocupados por pessoas que não representam os interesses de todos nós”, afirma. “Nessa esteira de garantir a expansão da nossa representatividade nesses espaços de poder, das mulheres, dos negros, da periferia, dos trabalhadores é que esse modelo se deu”, complementa.
Além de Marlise, Berna e Neiva, integram a pré-candidatura outras quatro mulheres: a professora municipal Simone Flores; Laís Camisolão, aposentada e coordenadora da ASSUFRGS; Tamyres Filgueira, ex-cobradora da Carris e atualmente servidora da UFRGS e Victoria Miranda, estudante. “A ideia é trazer diferentes olhares com relação à cidade de Porto Alegre”, diz Marlise. Ela destaca também que a maior parte delas tem origem na periferia da Capital, como a própria Marlise, nascida na vila Bom Jesus.
