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8 de janeiro de 2020
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17:33

Governo propõe ao Cpers parcelar desconto dos dias parados na greve

Por
Luís Gomes
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Governo propõe ao Cpers parcelar desconto dos dias parados na greve
Governo propõe ao Cpers parcelar desconto dos dias parados na greve
Representantes do governo e do Cpers se reuniram na Seduc na manhã desta quarta (8) |  Foto: Itamar Aguiar / Palácio Piratini

Da Redação

Em reunião realizada na manhã desta quarta-feira (8) na Secretaria de Educação (Seduc), o governo do Rio Grande do Sul apresentou uma proposta para o Centro dos Professores do Rio Grande do Sul (Cpers) recuperar as aulas perdidas em razão da greve iniciada em novembro. O governo ofereceu parcelar o desconto dos dias parados e, depois de recuperadas as aulas, uma nova conversa seria chamada para avaliar se os professores grevistas teriam o salário cortado ou não. A reunião, no entanto, terminou em impasse, com a representação do sindicato dizendo que o proposto não se enquadra no que a categoria tinha autorizado o comando de greve a aceitar e que uma assembleia será convocada para analisar os termos.

A proposta apresentada pelo governo é de pagar o salário da categoria relativo aos dias paralisados em novembro e dezembro de forma integral em folha suplementar a ser rodada em até cinco dias úteis a partir da adesão da categoria ao acordo. No entanto, efetuaria o desconto proporcional aos dias parados ao longo dos próximos seis meses.

A ideia do governo é que a proposta seja uma “trégua” e que, uma vez recuperados os 25 dias de aulas perdidos em 2019, uma nova rodada de negociação seria chamada para discutir se o desconto seria mantido ou não. “Ambos os lados concordam em priorizar os alunos, por isso a urgência está em recuperar as aulas perdidas e finalizar o ano letivo 2019”, disse o secretário de Educação, Faisal Karam.

Na saída da reunião, a presidente do Cpers, Helenir Aguiar Schürer, disse que essa não era a proposta que a categoria tinha autorizado o comando de greve a aceitar e que, por isso, vai convocar uma nova assembleia para avaliá-la. Concretamente, isso significa que a greve irá continuar até esta deliberação. Na última assembleia da categoria, havia sido tomada a decisão de que o Cpers poderia encerrar a greve em caso de o governo concordar em não descontar os dias parados.

Helenir avaliou que a proposta não abre mão da penalização da categoria e, por isso, não seria possível solucionar o impasse nesta quarta. “Para nós, isso é punição. Mesmo que o governo não entenda assim, há um espaço de diálogo, mas não há nada de concreto que se possa avançar. Depois de recuperado, é difícil se fazer. Eu chamei a atenção do governador de que isso pode estar criando já um caldo para que, 2020, não se inicie o ano letivo. Eu acho que é buscar mais atritos desnecessários. A paz nas escolas, que é o que a gente precisa, essa proposta não está ajudando”, disse.

A presidente do Cpers disse ainda esperar que o governo faça um novo movimento para que os professores estaduais não comecem a construir uma nova greve no início do ano letivo pelo não pagamento dos dias parados. “Eu tenho certeza que a categoria dificilmente aceitará passivamente o desconto de um salário miserável, que recebemos com atraso, sem perspectiva de reajuste. Eu acho que é penalizar aqueles que não têm mais como serem penalizados”, afirmou Helenir. “Mas não cabe ao conselho decidir se aceita ou não. Nós vamos chamar uma assembleia para que a categoria se posicione sobre a proposta”, disse.

O comando de greve do Cpers se reúne nesta tarde para decidir a data da assembleia.


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