Da Redação
O governo Bolsonaro gastou R$ 4,3 milhões em merchandising como parte da sua campanha para aprovar a reforma da Previdência, informa o jornal Folha de S. Paulo nesta segunda-feira (27). Merchandising é aquela propaganda inserida durante um programa e, usualmente, lida pelo apresentador.
Desse montante, 91% foram destinados para atrações da Record, Band e SBT, as duas primeiras clientes da empresa do secretário de Comunicação, Fabio Wajngarten, a FW Comunicação. O maior investimento foi feito no programa Hoje em Dia, da Record, apresentado por César Filho e Ana Hickmann. Cada apresentador recebeu um cachê de R$ 34 mil por fala em prol da reforma, e o programa recebeu, no total, R$ 983 mil.
O Programa do Ratinho recebeu R$ 915 mil por quatro elogios, entre os quais “As mudanças são claras e boas para o Brasil”, dito pelo apresentador em um dos programas. Em outro, ele disse: “Você acha que se a Previdência fosse ruim para o povo, eu estaria a favor?” O governo também destinou verbas para outros apresentadores, como Osvaldo Mesquita (R$ 218 mil), Datena (R$ 331 mil), Eliana (R$ 269 mil) e Milton Neves (R$ 119 mil).
A contratação de merchandising não é proibida, mas, segundo a Folha, o Tribunal de Contas da União (TCU) está investigando se a campanha seguiu critérios técnicos (como audiência) ou critérios políticos, o que feriria o princípio constitucional da impessoalidade.
De acordo com o jornal, desde que Wajngarten assumiu a Secom, em abril, o governo passou a priorizar o direcionamento de verbas para emissoras consideradas aliadas e que tem ligações coma a empresa do secretário. Anteriormente, o governo tinha promovido uma campanha de R$ 11,5 milhões em que a Globo, líder nacional de audiência, tinha recebido o maior montante da verba.
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