Da Redação
Decreto publicado no Diário Oficial desta quinta-feira (16) coloca a Dataprev (empresa de Tecnologia da Informação da Previdência Social) no programa de privatização do governo federal. Trabalhadores e entidades de classe, como o Sindicato dos Trabalhadores da TI, que representa os funcionários da ataprev no RS (Sindppd/RS) e a Federação Nacional dos trabalhadores em empresas de TI no Brasil (Fenados) relatam estranheza com a decisão do governo.
A medida surpreende e causa indignação também por se dar em meio à crise do INSS e à decisão de chamar cerca de 7 mil militares da reserva para tentar diminuir a fila de 1,3 milhão de processos que aguardam análise e a concessão de benefícios. Esses militares não têm experiência nos serviços do INSS e precisarão receber ainda treinamento. Além disso, receberão 30% dos proventos que já ganham, custando R$ 9 bilhões ao governo federal.
Ao mesmo tempo, o governo anunciou o fechamento de 20 unidades regionais da Dataprev, no RS, AC, AL, AP, AM, BA, ES, GO, MA, MT, MS, MG, PA, PR, PE, PI, RO, RR, SE e TO, totalizando a demissão de 493 trabalhadores em todo o país. Para as entidades que representam os trabalhadores, “a opção do Governo Bolsonaro em chamar militares da reserva demonstra o extremo desprezo pelos serviços públicos e a decisão de enxugar a estrutura da Dataprev para privatizar esta importante empresa de TI, entregando os dados da população a grandes empresários do setor privado da Tecnologia da Informação”.
A Dataprev é a empresa pública federal de Tecnologia da Informação responsável pelo processamento do pagamento mensal de cerca de 34,5 milhões de benefícios previdenciários e pela aplicação online que faz a liberação de seguro-desemprego e pelo aplicativo Meu INSS. Processa as informações previdenciárias da Receita Federal do Brasil e responde pelas funcionalidades dos programas que rodam nas estações de trabalho das agências do INSS e postos do SINE (Sistema Nacional do Emprego). Possui 3.600 empregados em todo o país e 49 na unidade regional do RS. A União detém participação de 51% da estatal e o INSS, 49%.