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14 de dezembro de 2019
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20:39

Cpers: nova proposta do governo Leite não é reajuste real e deve apenas acompanhar piso nacional

Por
Luís Gomes
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Cpers: nova proposta do governo Leite não é reajuste real e deve apenas acompanhar piso nacional
Cpers: nova proposta do governo Leite não é reajuste real e deve apenas acompanhar piso nacional
Foto: Cpers Pelotas

Da Redação

A conta do Cpers no Twitter divulgou na tarde deste sábado (14) uma série de cálculos que apontam que o novo plano de carreira deverá apenas acompanhar o crescimento médio do piso nacional do magistério e que, considerando os valores que serão poupados pela reforma administrativa proposta pelo governador Eduardo Leite (PSDB), não significará nenhum dinheiro novo investido na educação. Pelo contrário, significará uma redução dos investidos ao que ocorreria caso o plano de carreira atual não fosse mudado.

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Pela proposta apresentada nesta semana por Leite, o Estado deve conceder um reajuste de 19,8% aos professores estaduais em três anos. No entanto, a sequência de postagens do Cpers aponta que esse percentual é praticamente o mesmo crescimento do piso nacional nos últimos três anos, 7,64% (2017), 6,81% (2018), e 4,17% (2019). Caso o plano de carreira continue como está hoje, o governo teria que continuar acompanhando o pagamento do piso para quem ganha abaixo desse valor como forma de completivo.

A diferença do completivo para salário básico é que o primeiro não conta para o cálculo das vantagens adicionais na carreira. No entanto, como a proposta atual do governador transforma todas as vantagens em parcela autônoma, isto é, separada do salário, a diferença entre pagar o piso e o completivo será, na prática, pequena, ainda mais considerando que o pacote também pretende acabar com as vantagens temporais concedidas aos servidores estaduais, como triênios, e prevê que a parcela autônoma pode ser absorvida em caso de reajuste.

O governador diz que a nova proposta significará um aporte de R$ 530 milhões em educação nos próximos três anos. No entanto, o Cpers aponta que este valor é inferior ao que ele vai economizar acabando com o crescimento vegetativo da folha de pagamento do magistério, que tem variado entre 2,5% e 3% ao ano, o que representa cerca de R$ 218 milhões por ano ou R$ 654 milhões em três anos. Isso significa que, na prática, o governo seguirá reduzindo em cerca de R$ 120 milhões os investimentos em educação com a reforma administrativa.


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