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9 de novembro de 2019
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03:23

Pimenta: ‘A presença do Lula traz muita força e novos elementos para o cenário político’

Por
Luís Gomes
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Paulo Pimenta durante o ato em Porto Alegre | Foto: Joaquim Moura/Divulgação

Luís Eduardo Gomes

Em breve entrevista durante o ato convocado pelo PT para comemorar, em Porto Alegre, a soltura de Lula, o deputado federal e presidente eleito do partido no Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, relatou que recebeu uma ligação do ex-presidente e que ele espera duas coisas a partir de agora: o julgamento da suspeição do ex-juiz Sérgio Moro e viajar pelo País.

O deputado contou que recebeu uma ligação do ex-presidente quando estava em cima do caminhão de som no ato de Porto Alegre. “É um dia muito forte de emoções e, ainda por cima, eu tô aqui em cima do palco, toca o telefone e é o Lula, pedindo para agradecer, sempre generoso. Chamei a Manuela, passei o telefone para ela, para que ele agradecer também. Tô indo agora de madrugada a São Bernardo para participar do ato amanhã”, disse.

Segundo Pimenta, Lula tem agora duas prioridades. “A primeira é que ele sempre disse que o julgamento mais importante não aconteceu, parece que vai acontecer em novembro, que é o julgamento da suspeição do Moro. Esse é um julgamento que pode devolver ao presidente Lula os seus direitos políticos e isso dará a oportunidade que ele tenha direito a um novo julgamento”, disse.

A segunda é voltar a viajar o Brasil. “Ele tá muito preocupado com a questão da soberania, com o tema do petróleo, com o tema da Amazônia, com a base de Alcântara. Tem falado muito para nós sobre a necessidade do Brasil recuperar esse protagonismo internacional. É com esse sentimento que ele sai, sem mágoa, sem ódio no coração, disposto a contribuir para reconstruir um grande pacto nacional a partir do respeito à Constituição, à democracia”.

Para o deputado, o fortalecimento da oposição ao governo Bolsonaro será uma decorrência natural da soltura de Lula. “A presença do Lula, por si só, é um fator de muita força, de muito estímulo para que as pessoas acreditem, e tenho certeza de que essa decisão traz elementos novos muito fortes para o cenário político nacional”, afirmou.

Pimenta disse ainda que, se for possível, gostaria que a primeira viagem internacional de Lula fosse para acompanhar a posse do presidente eleito da Argentina, Alberto Fernández — que visitou Lula em Curitiba –, marcada para dezembro. Questionado sobre como se insere a saída de Lula na prisão dentro do contexto latino-americano atual, respondeu: “Toda essa mobilização reflete um esgotamento de um modelo de concentração de renda, de empobrecimento das classes médias, de aniquilação de postos de trabalho, que leva ao subemprego, à precarização. O capitalismo cria as próprias condições para que sua resposta seja dada pelo povo. Isso que está acontecendo no Brasil vai chegar na América do Sul e nós vamos estar juntos com o povo, fazendo a mobilização, e acho que o Lula vai ter um papel fundamental na construção desse processo.”


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