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14 de novembro de 2019
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20:58

Milhares de servidores públicos se unem em ato contra medidas dos governos Bolsonaro e Leite

Por
Sul 21
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Ato unificado dos servidores estaduais teve concentração em frente à sede do CPERS Sindicato. Foto: Luiza Castro/Sul21

Annie Castro 

Em Porto Alegre, durante ato na tarde desta quinta-feira (14), milhares de servidores públicos federais, estaduais e municipais das áreas de saúde, educação, segurança pública e Justiça mostraram a unificação das diversas frentes do funcionalismo na luta contra os ataques ao serviço público, promovidos pelos governos de Jair Bolsonaro (PSL), Eduardo Leite (PSDB) e Nelson Marchezan Júnior (PSDB).

Convocado pela Frente dos Servidores Públicos do Rio Grande do Sul (FSP/RS), a manifestação aconteceu no entorno da Praça da Matriz, com concentração maior em frente ao Palácio Piratini. Embora muitas críticas tenham sido feitas às políticas do governo Bolsonaro que afetam os direitos de trabalhadores no país, como a Reforma da Previdência e os ataques à educação pública, por exemplo, os principais alvos dos manifestantes foram as propostas do governo Leite para alteração do Plano de Carreira do Magistério, do Estatuto dos Servidores e da Previdência Estadual, que estão sendo chamadas pelos servidores públicos de “pacote da morte”.

Para Humberto Periolo, diretor do Sindicato dos Servidores de Nível Superior do Poder Executivo do Estado do Rio Grande do Sul (Sintergs), o pacote de Leite que propõe mudanças nas carreiras e na Previdência dos servidores públicos estaduais será “nefasto para todas as categorias do funcionalismo”. Para ele, a presença de milhares de pessoas no ato desta quinta-feira demonstrou que os servidores públicos estão unidos na luta contra as alterações propostas pelo governador.

“A unificação dos servidores é o que vai fazer a nossa força. Sem isso nós não vamos conseguir avançar contra esse projeto do Governo, mas o que se demonstra neste ato é que todas as categorias estão unidas em um único objetivo, que é lutar contra o pacote do senhor Leite”, disse Periolo.

Durante ato unificado, os servidores públicos lotaram a Praça da Matriz. Foto: Luiza Castro/Sul21

Para coordenador geral do Sindicato dos Servidores da Justiça do Rio Grande do Sul (SindjusRS), Fabiano Marranghello Zalazar, o ato desta quinta tem importância histórica. “Mais uma vez os servidores públicos de várias categorias do Estado, da União e até mesmo do Município estão unidos contra os ataques e os desmontes que o Governo Leite e o Governo Bolsonaro querem promover contra o servidor público”, disse. Para ele, a união e a mobilização dos servidores e da população em geral podem derrotar projetos dos governos que afetam os trabalhadores, como o pacote de Leite.

O presidente da Ugeirm, sindicato que reúne escrivães, inspetores e investigadores da Polícia Civil gaúcha, Isaac Ortiz, ressaltou que o pacote do governo Leite ataca a sociedade como um todo. “Ao mesmo tempo em que o governador ataca violentamente os servidores da segurança, da educação, da saúde e a população em geral, ele beneficia os grandes sonegadores deste Estado dando isenção”, afirmou Ortiz.

O mesmo ponto foi ressaltado por uma das integrantes da diretoria do Semapi, Cecília Margarida Bernardes, que afirmou que as políticas de precarização do serviço público, tanto em nível estadual quanto federal, afetam não só os trabalhadores, mas também a população que depende destes serviços. “No momento em que tu precariza esse serviço público, ele não chega para as pessoas. O governo [Leite] está agredindo a população gaúcha ao precarizar o serviço. Na hora que ele tira as possibilidades fundamentais de as pessoas fazerem os seus serviços, ele tira a estrutura e precariza a oferta nos serviço público, principalmente nos lugares e municípios mais distantes”, afirmou.

Segundo Cecília, o ato unificado também serviu para mostrar a importância do serviço público para a população. “Vemos a importância que tem em todas as áreas, desde a produção de conhecimento, que alguns setores fazem e, às vezes, não aparece, como no conjunto da formação de pessoas”.

Além dos servidores públicos, também estavam presentes no ato estudantes estaduais e movimentos sociais representativos dos estudantes, como o do Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE) e da União da Juventude Socialista (UJS). Durante o ato, os estudantes manifestaram apoio aos professores e demais servidores públicos e também defenderam a educação pública.

O pacote de Leite não mobilizou a população e os servidores públicos apenas no ato unificado. Na manhã desta quinta-feira, durante Assembleia Geral, o Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers) aprovou uma greve geral da categoria a partir da próxima segunda-feira (18). “O governador quer guerra. É greve que ele vai ter! Eles verão a maior greve que esse Estado já teve”, afirmou na ocasião a professora Helenir Aguiar Schürer, presidente do CPERS Sindicato.

Também na manhã desta quinta os servidores públicos de diferentes categorias aprovaram um indicativo de greve por tempo indeterminado a partir de 26 de novembro. A medida foi aprovada durante assembleia convocada pelas entidades sindicais Sintergs, Sindisepe, Afagro, Assagra, Agefa, Sindicaixa, Seasop e Apog.

Foto: Luiza Castro/Sul21
Foto: Luiza Castro/Sul21
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