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22 de novembro de 2019
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22:31

Leite anuncia que irá cortar o ponto de professores em greve a partir de segunda-feira (25)

Por
Sul 21
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Ato unificado contra as políticas de cortes do governo Eduardo Leite reuniu, na praça da Matriz.  Foto: Luiza Castro/Sul21

Da Redação

O governador Eduardo Leite (PSDB) anunciou na tarde desta sexta-feira (22) que, a partir de segunda, irá cortar o ponto dos servidores públicos em greve. “O Estado admite fazer negociação de compensação dos dias parados ao longo desta semana, mas, a partir de segunda-feira, vamos descontar e não vamos fazer negociação, porque a educação e outros serviços públicos fazem e farão falta para a população gaúcha, por isso, precisam ser prestados”, disse Leite.

Os professores estaduais entraram em greve na última segunda-feira (18) contra o pacote de medidas enviado pelo governo à Assembleia Legislativa que trata da reestruturação da Previdência e das carreiras do funcionalismo público. São oito projetos, sendo uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), um Projeto de Lei (PL) e seis projetos de lei complementar (PLC). Todos os projetos foram protocolados em regime de urgência, exceto a PEC, que tem tramitação diferenciada e exige votação em dois turnos. O regime de urgência exige a tramitação e votação em plenário em prazo de 30 dias após a realização do protocolo. Como as sessões plenárias ocorrem apenas nas terças, quartas e quintas-feiras, a data prevista para votação destas matérias seria a partir de 17 de dezembro. Já a PEC tem prazo mínimo de 45 dias para votação, e deve ser apreciada apenas no início de 2020.

Na manifestação desta sexta, Leite afirmou que “o governo está aberto ao diálogo” e, segundo ele,  “dialogou o tempo todo durante a construção dos projetos da reforma estrutural “, “mas não dá para aceitar que esta greve ocorra sem justificativa”, declarou o governador. Os educadores, pelo contrário, dizem desde o início da mobilização que não houve diálogo. O CPERS, sindicato que representa a categoria, assinala que cobrou por diversas vezes a retomada da mesa de negociações iniciada no dia 29 de abril e interrompida pelo governo após dois encontros. Essa mesa começou a debater o pagamento dos salários em dia, a reposição emergencial de 28,78% e a realização de concursos públicos.

“Leite sequer respondeu o último ofício enviado pelo Sindicato, que solicitava um retorno até 3 de julho, rompendo efetivamente as tratativas. Passados três meses, convocou o Sindicato não para tratar da pauta acordada, mas para apresentar medidas diametralmente opostas às reivindicações originais”, afirmou a presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer em 14 de novembro, quando a greve foi aprovada em assembleia.

De acordo com levantamento divulgado pelo sindicato na quinta, mais de 1.500 escolas aderiram parcial ou totalmente à greve e centenas de manifestações espontâneas de apoio foram registradas em todo o Estado. Ontem pela manhã, atos simultâneos em diferentes partes da Capital pararam o trânsito.

Foto: Divulgação CPERS

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