Da Redação
Na tarde desta quarta-feira (13), deputado David Miranda (PSol-RJ) republicou um tuíte de 14 de março de 2018, publicado pela jornalista Thais Bilenk, voltando a associar o nome do presidente Jair Bolsonaro (PSL) ao Caso Marielle. Na publicação, datada no mesmo dia do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, a jornalista afirmava que Bolsonaro, que na época ainda era deputado federal, havia tido uma intoxicação alimentar e, por conta disso, tinha reduzido o ritmo da agenda. Segundo a jornalista, a assessoria do então deputado havia informado que ele tinha voltado mais cedo para o Rio de Janeiro naquele dia.
Bolsonaro teve uma intoxicação alimentar, passou mal e, nos últimos dois dias, precisou reduzir bem o ritmo da agenda. Até voltou mais cedo (hoje) pro Rio. Disse a sua assessoria.
— Thais Bilenky (@thais_bilenky) March 14, 2018
Após reportagem do Jornal Nacional que levou às primeiras associações do presidente ao Caso Marielle, Bolsonaro declarou que estava em Brasília no dia do assassinato da vereadora. Ele teria ainda registrado presença em duas votações na Câmara dos Deputados naquele dia.
De acordo com os registros do Portal da Transparência da Câmara dos Deputados, o gabinete do então deputado Bolsonaro comprou duas passagens aéreas de Brasília para o Rio de Janeiro em 14 de março de 2018, ambas indicando como passageiro Jair Bolsonaro.
Embora os dois bilhetes fossem para a cidade do Rio de Janeiro, as passagens eram destinadas a aeroportos diferentes. Uma delas dirigia-se ao Aeroporto do Galeão e, a outra, ao Santos Dumont. Entretanto, os registros disponíveis no Portal da Transparência não informam o horário das viagens e nem se o passageiro chegou a embarcar nos voos.
Além disso, apesar de informações comprovarem que o gabinete do então deputado comprou passagens em seu nome para o Rio, Bolsonaro aparece na transmissão ao vivo da sessão da Câmara dos Deputados daquele dia. No vídeo, que está disponível na página oficial da Casa no YouTube, Bolsonaro aparece depois de 4h47min do inicio da sessão, que, segundo a legenda da publicação, aconteceu às 15h20min.
O presidente ainda não se manifestou sobre a repercussão do tuíte e nem sobre a compra das passagens por parte de seu antigo gabinete.
