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6 de setembro de 2019
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18:08

‘Reizinho’ e ‘ação desleal’: PP e vice-prefeito reagem a demissões de filiados por Marchezan

Por
Luís Gomes
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‘Reizinho’ e ‘ação desleal’: PP e vice-prefeito reagem a demissões de filiados por Marchezan
‘Reizinho’ e ‘ação desleal’: PP e vice-prefeito reagem a demissões de filiados por Marchezan
Juntos nas urnas, Marchezan e Paim racham a mais de um ano para o fim do mandato  Foto: Joel Vargas/PMPA

Da Redação

O partido Progressistas (antigo PP) reagiu nesta sexta-feira (6) à decisão do prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior (PSDB), de demitir todos os funcionários da Prefeitura que ocupam cargos de confiança e são filiados à legenda em meio à crise aberta que ele nutre com o seu ex-principal aliado e partido com o qual dividiu a chapa na eleição municipal de 2016.

Em entrevista à colunista Rosane de Oliveira, Marchezan confirmou na quinta-feira (5) que os filiados ao PP estavam sendo chamados ao gabinete da Secretaria de Relações Institucionais para encerrarem seu vínculo com a Prefeitura, permanecendo apenas quem aceitasse trocar o PP pelo PSDB ou por outro partido da base aliada. A medida, segundo Rosane, é válida até para assessores do vice-prefeito, Gustavo Paim (PP).

Marchezan e o PP romperam oficialmente no dia 8 de agosto, motivados por um racha que teve como um dos estopins a contrariedade de vereadores do PP em votar a revisão da planta do IPTU e, depois, de tentarem realizar uma nova votação mesmo a matéria já tendo sido aprovada. Mais recentemente, um filiado do PP entrou com um pedido de impeachment do prefeito, que foi rejeitado pela Câmara, mas abriu espaço para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), iniciativa do vereador Roberto Robaina (PSOL) que teve apoio do PP, para investigar as denúncias que motivaram o impeachment.”Se eu ou o governo somos corruptos, e eles em três anos não indicaram no que, eles não podem ficar aqui”, disse Marchezan à colunista.

Nesta sexta, o PP divulgou uma nota em que afirma que “discorda profundamente da forma como o Prefeito decidiu governar a cidade: sem diálogo, desrespeitando a democracia, ignorando e atacando a Câmara de Vereadores e agindo como se a cidade fosse uma monarquia absolutista, e ele seu Reizinho”.

O PP também diz que a decisão de demitir os assessores de Paim, que estava de férias, é “autoritária”, bem como seria “ilegal e imoral” a tentativa de cooptação dos filiados ao partido ao chantageá-los a se filiarem ao PSDB para evitar serem demitidos. “É uma perseguição
de servidores por pura vendeta política. É gravíssimo usar cargos da Prefeitura para beneficiar a sua reeleição”, diz a nota.

O PP se defende ainda da acusação de que tramou o pedido de impeachment do prefeito e diz que seus vereadores assinaram a autorização para a abertura da CPI pelo dever constitucional de se apurar denúncias de irregularidades. “Se não há ilegalidades cometidas pelo Prefeito, ele nada deveria temer”.

Já o vice-prefeito Paim divulgou nesta sexta um posicionamento pessoal em que afirma que sempre tratou de evitar o rompimento entre Marchezan e PP. “Não foram poucas as vezes que tentei contemporizar, embora discordasse de muitas atitudes tomadas, especialmente nos últimos meses”, diz. “Agora, durante as minhas férias, longe de Porto Alegre, receber relatos de que integrantes do meu gabinete foram chamados para ou se desfiliarem do partido ou serem exonerados foi o auge da falta de respeito ante minha lealdade indiscutível do ponto de vista pessoal e político-partidário. Confesso que nunca imaginei que se pudesse praticar uma ação desleal como essa”, complementa.

Paim afirma que as ações de Marchezan têm o objetivo de “tentar aniquilar um partido” que o ajudou a ser eleito e considerou que houve constrangimentos e ameaças feitas aos servidores, o que, para ele, “não é a atitude que se espera de um líder e de uma correta gestão de pessoas”.

A assessoria de Paim diz que não há chances dele deixar o PP. “Sou vice-prefeito eleito de Porto Alegre e trabalho, junto com o gabinete, pela cidade. A mim não podem exonerar, pois meu cargo, conferido pelo voto dos cidadãos de Porto Alegre, vai até 31/12/2020. Até lá, estarei trabalhando diariamente, como tenho feito desde o primeiro dia de mandato, por Porto Alegre e pelos porto-alegrenses”, finaliza o a nota de Paim.


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