Da Redação
O procurador Deltan Dallagnol usou dois grupos políticos de direita, surgidos após a operação Lava Jato, como intermediários para causas políticas pessoais dele e da operação, revelam mensagens trocadas pelo aplicativo Telegram divulgadas nesta segunda-feira pelo The Intercept. Segundo a nova reportagem da “Vaza Jato”, nas mensagens, Dallagnol procurar “pautar atos públicos, publicações em redes sociais e manifestações dos movimentos de forma oculta, tomando cuidados para não ser vinculado publicamente a eles”.
Além disso, mostram que Dallagnol começou a se movimentar para influenciar a escolha do novo relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal apenas um dia após a morte do ministro Teori Zavascki, antigo responsável pelos processos da operação no STF. As pressões eram para o Supremo não colocar Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli como seus substitutos.
Um dos grupos, o Vem Pra Rua, alinhado a partidos e políticos de direita, que foi um dos principais organizadores de marchas pelo impeachment de Dilma Rousseff.
Em um dos trechos das conversas, Dallagnol pede a sua colega Thamea Danelon que ela seja “laranja” numa articulação da força-tarefa para pressionar o STF a prender o ex-presidente Lula.
Se Vc topar, vou te pedir pra ser laranja em outra coisa que estou articulando kkkk”. Danelon assentiu, animada, e o chefe da Lava Jato continuou. “Um abaixo assinado da população, mas isso tb nao pode sair de nós… o Observatório vai fazer. Mas não comenta com ng, mesmo depois. Tenho que ficar na sombra e aderir lá pelo segundo dia. No primeiro, ia pedir pra Vc divulgar nos grupos. Daí o pessoal automaticamente vai postar etc”.
O Observatório Social é uma organização de atuação nacional sediada em Curitiba que atua, segundo o site, “em favor da transparência e da qualidade na aplicação dos recursos públicos”.
Dallagnol escreveu ainda a Danelon:
“Temos que cuidar pra não parecer pressão. Se não estivéssemos na LJ, o tom seria outro kkkkk. Ia chutar o pau da barraca rs. Depois chutava a barraca e eles todos tb kkk”. A procuradora subiu vários tons. “Eu colocava todos na barraca e metralhava kkkk”.
Leia aqui a íntegra da nova reportagem do The Intercept