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12 de agosto de 2019
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11:22

Um dia após morte de Teori, Dallagnol usou grupos de direita para pressionar STF

Por
Sul 21
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Um dia após morte de Teori, Dallagnol usou grupos de direita para pressionar STF
Um dia após morte de Teori, Dallagnol usou grupos de direita para pressionar STF
Procurador Deltan Dallagnol. (Fotos: Guilherme Santos/Sul21)

Da Redação

O procurador Deltan Dallagnol usou dois grupos políticos de direita, surgidos após a operação Lava Jato, como intermediários para causas políticas pessoais dele e da operação, revelam mensagens trocadas pelo aplicativo Telegram divulgadas nesta segunda-feira pelo The Intercept. Segundo a nova reportagem da “Vaza Jato”, nas mensagens, Dallagnol procurar “pautar atos públicos, publicações em redes sociais e manifestações dos movimentos de forma oculta, tomando cuidados para não ser vinculado publicamente a eles”.

Além disso, mostram que Dallagnol começou a se movimentar para influenciar a escolha do novo relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal apenas um dia após a morte do ministro Teori Zavascki, antigo responsável pelos processos da operação no STF. As pressões eram para o Supremo não colocar Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli como seus substitutos.

Um dos grupos, o Vem Pra Rua, alinhado a partidos e políticos de direita, que foi um dos principais organizadores de marchas pelo impeachment de Dilma Rousseff.

Em um dos trechos das conversas, Dallagnol pede a sua colega Thamea Danelon que ela seja “laranja” numa articulação da força-tarefa para pressionar o STF a prender o ex-presidente Lula.

Se Vc topar, vou te pedir pra ser laranja em outra coisa que estou articulando kkkk”. Danelon assentiu, animada, e o chefe da Lava Jato continuou. “Um abaixo assinado da população, mas isso tb nao pode sair de nós… o Observatório vai fazer. Mas não comenta com ng, mesmo depois. Tenho que ficar na sombra e aderir lá pelo segundo dia. No primeiro, ia pedir pra Vc divulgar nos grupos. Daí o pessoal automaticamente vai postar etc”.

O Observatório Social é uma organização de atuação nacional sediada em Curitiba que atua, segundo o site, “em favor da transparência e da qualidade na aplicação dos recursos públicos”.

Dallagnol escreveu ainda a Danelon:

“Temos que cuidar pra não parecer pressão. Se não estivéssemos na LJ, o tom seria outro kkkkk. Ia chutar o pau da barraca rs. Depois chutava a barraca e eles todos tb kkk”. A procuradora subiu vários tons. “Eu colocava todos na barraca e metralhava kkkk”.

Leia aqui a íntegra da nova reportagem do The Intercept


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