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27 de agosto de 2019
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22:15

Lula, sobre procuradores: ‘Que Deus poupe suas almas de tanto ódio, rancor e soberba’

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Sul 21
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Lula, sobre procuradores: ‘Que Deus poupe suas almas de tanto ódio, rancor e soberba’
Lula, sobre procuradores: ‘Que Deus poupe suas almas de tanto ódio, rancor e soberba’
Lula: a maioria da população considera que o ex-presidente tem direito a um novo julgamento e que sua condenação deve ser anulada. Foto: Ricardo Stuckert

Da RBA

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva divulgou mensagem nesta terça-feira (27) em que manifesta “extrema indignação” com o teor dos diálogos entre procuradores da Lava Jato a respeito das mortes de Marisa Letícia, de seu neto Arthur e de seu irmão Vavá. Os diálogos, obtidos pelo The Intercept Brasil e publicados pela Folha de S. Paulo, revelam desdém, desprezo, ódio e total falta de humanidade por parte dos integrantes do Ministério Público que produziram as acusações, “sem crime e sem provas”, como enfatiza Lula, que o levaram à prisão e a ficar fora da eleição de 2018.

“Há muito tempo venho dizendo que fui condenado por causa do governo que fiz e não por ter cometido um crime sequer. Tenho claro que Moro, Deltan e os procuradores agiram com objetivo político, pois me condenaram sem culpa e sem prova, sabendo que eu era inocente. Mas não imaginava que o ódio que nutriam contra mim chegasse a esse ponto“, diz a mensagem do ex-presidente.

O sentimento expresso de ódio manifestado pelos diálogo levou os advogados de defesa de Lula da Silva a apresentar hoje petição ao Supremo Tribunal Federal (STF), em que reforçam o pedido de habeas corpus para a libertação do ex-presidente, preso há mais de 500 dias na sede da Polícia Federal em Curitiba, em um processo marcado por ilegalidades. As informações são da coluna da jornalista Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo.

E atuar em pleno exercício de ódio contra, afirma a defesa, não se coaduna com a postura de isenção e imparcialidade que deveria marcar sua atuação. “Referidas mensagens mostram, em verdade, que a atuação dos procuradores da República em questão sempre foi norteada por ódio e desapreço pessoal pelo paciente e pelos seus familiares”, afirmou o advogado Cristiano Zanin.

Leia íntegra da nota de Lula

Foi com extrema indignação, com repulsa mesmo, que tomei conhecimento dos diálogos em que procuradores da Lava Jato referem-se de forma debochada e até desumana às perdas de entes queridos que sofri nos anos recentes: minha esposa Marisa, meu irmão Vavá e meu netinho Arthur.

Confesso que foi um dos mais tristes momentos que passei nessa prisão em que me colocaram injustamente. Foi como se tivesse vivido outra vez aqueles momentos de dor, só que misturados a um sentimento de vergonha pelo comportamento baixo a que algumas pessoas podem chegar.

Há muito tempo venho dizendo que fui condenado por causa do governo que fiz e não por ter cometido um crime sequer. Tenho claro que Moro, Deltan e os procuradores agiram com objetivo político, pois me condenaram sem culpa e sem prova, sabendo que eu era inocente.

Mas não imaginava que o ódio que nutriam contra mim, contra o meu partido e meus companheiros, chegasse a esse ponto: tratar seres humanos com tanto desprezo, como se não tivessem direito, no mínimo, ao respeito na hora da morte. Será que eles se consideram tão superiores que podem se colocar acima da humanidade, como se colocam acima da lei?

Peço a Deus que ilumine essa gente, que poupe suas almas de tanto ódio, rancor e soberba. Quanto aos crimes que cometeram contra minha família e contra o povo brasileiro, tenho fé que, deles, um dia a Justiça cuidará.

Luiz Inácio Lula da Silva


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