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9 de agosto de 2019
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16:45

Dallagnol admite ter tratado sobre impeachment de Gilmar Mendes e que pode ser afastado

Por
Sul 21
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Dallagnol admite ter tratado sobre impeachment de Gilmar Mendes e que pode ser afastado
Dallagnol admite ter tratado sobre impeachment de Gilmar Mendes e que pode ser afastado
Deltan Dallagnol (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Da Revista Fórum

O procurador federal Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato alvo de uma série de reportagens do The Intercept Brasil, admitiu em entrevista a Época, publicada nesta sexta-feira (9), que pode vir a ser afastado da função pelo Conselho Nacional do Ministério Público, mas que, mesmo assim, seguirá no que diz ser seu propósito: “servir à sociedade”.

“O que a sociedade precisa reconhecer é que não é suficiente um grupo de procuradores, policiais, juízes, auditores, de pessoas, lutarem contra o sistema corrupto. Talvez a ilusão tenha sido em algum momento acreditar que a Justiça iria se sobrepor ao sistema político.”

Apesar de negar ter investigado ministros do STF, como sugerem algumas das mensagens de seu Telegram, Dallagnol confirmou ter tratado com seus colegas sobre a pertinência de pedir o impeachment de Gilmar Mendes: “Estudamos se os atos dele configurariam, para além de atos de suspeição, infrações político-administrativas”. Também admitiu ter discutido a criação de uma empresa para gerir suas palestras e cogitado colocar sua mulher na administração do negócio. Frisou que, se o tivesse feito, estaria seguindo a lei.

Dallagnol disse ainda: “Ninguém jamais nos disse que seria fácil enfrentar pessoas poderosas que praticaram crimes gravíssimos contra nosso país. Ninguém jamais nos prometeu isso. Fizemos nosso papel e agora enfrentamos uma reação. Nossa expectativa é que as instituições e a sociedade protejam o trabalho feito e impeçam retrocessos. Eu não devo, e a Lava Jato não deve.”

“Existe um oportunismo de buscar e identificar qualquer brecha para atacar a operação, distorcer fatos e atacar os personagens que acabaram tendo protagonismo na operação. E o objetivo disso, a meu ver, não é atacar a pessoa do Deltan, a pessoa do Moro. É atacar o caso, a Lava Jato.”


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