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5 de agosto de 2019
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13:46

Após exoneração de crítico de Bolsonaro, ministro cogita nomear militar para direção do Inpe

Por
Luís Gomes
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Após exoneração de crítico de Bolsonaro, ministro cogita nomear militar para direção do Inpe
Após exoneração de crítico de Bolsonaro, ministro cogita nomear militar para direção do Inpe
O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes | Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Da Redação*

Após criticar declarações do presidente Jair Bolsonaro (PSL), Ricardo Magnus Osório Galvão foi exonerado do cargo de diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) no final da última semana. Seu lugar poderá ser ocupado por um militar. Em entrevista concedida à Rádio Eldorado nesta segunda-feira (5), o ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, disse que o nome do substituto deve ser divulgado no início da semana e confirmou que a pasta está avaliando a nomeação de um oficial da Aeronáutica. Segundo Pontes, o candidato é um “doutor em desmatamento”.

A polêmica entre o ex-diretor e o governo surgiu depois que o Inpe foi acusado por Jair Bolsonaro de mentir sobre dados do desmatamento e agir a “serviço de alguma ONG”. Galvão rebateu as acusações e criticou declarações e comportamento do presidente. “Ao fazer acusações sobre os dados do Inpe, na verdade, ele faz em duas partes. Na primeira, ele me acusa de estar a serviço de uma ONG internacional. Ele já disse que os dados do Inpe não estavam corretos segundo a avaliação dele, como se ele tivesse qualidade ou qualificação de fazer análise de dados”, disse.

Galvão indicou cinco nomes para substituí-lo, mas Pontes não disse na entrevista se eles serão avaliados ou não. Por outro lado, o ministro afirmou que promoverá uma mudança no “sistema como um todo”.

“Vamos fazer um relatório técnico. A gente gosta de trabalhar com números e fatos para ver como eles são calculados e como servem. Tudo começou com o uso incorreto dos dados do Inpe. Os dados do Deter [Detecção de Desmatamento em Tempo Real] não podem ser usados para índices de desmatamento consolidados, isso é o Prodes [Programa de Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite]. E é isso o que foi feito”, disse o ministro.

No entanto, ele mesmo reconhece que os dados do Prodes costumam seguir a tendência do Deter. Os próximos números consolidados deverão ser divulgados em agosto. Os dados do Deter apontam para um aumento de 88% dos alertas de desmatamento no mês de junho e de 212% em julho, na comparação com os mesmos meses de 2018.

*Com informações do G1


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