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21 de julho de 2019
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16:32

Vaza Jato: Deltan vê corrupção em caso Queiroz, mas evita ‘bola dividida’ com Flávio Bolsonaro

Por
Luís Gomes
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Vaza Jato: Deltan vê corrupção em caso Queiroz, mas evita ‘bola dividida’ com Flávio Bolsonaro
Vaza Jato: Deltan vê corrupção em caso Queiroz, mas evita ‘bola dividida’ com Flávio Bolsonaro
Deltan Dallagnol discutiu o caso Queiroz com colegas do MPF | Fotos: Guilherme Santos/Sul21

Da Redação

A nova reportagem do The Intercept Brasil sobre as conversas de Telegram entre procuradores do Ministério Público Federal (MPF) obtidas por meio de vazamento aponta que a equipe da força tarefa da Lava Jato discutiu o caso Queiroz e considerou que os fatos revelados no final de 2018 eram claros indícios de que havia um esquema de corrupção no gabinete então deputado estadual e agora senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). Os procuradores consideraram que o caso era similar ao de outros parlamentares acusados de empregar funcionários fantasmas e recolher parte do salário como contrapartida.

Uma das conversas mostra que o procurador Deltan Dallagnol considerava que Flávio “certamente” seria implicado no esquema. Já no dia 8 de dezembro, os procuradores conversam sobre o comportamento que ex-juiz Sérgio Moro, na época aguardando nomeação como ministro da Justiça, iria ter no caso. “Falo nada…Só observo”, disse procuradora Jerusa Viecilli, que, como mostraram reportagens anteriores, era crítica da aproximação de Moro com o governo Bolsonaro.

“É óbvio o q aconteceu… E agora, José? (…) Moro deve aguardar a apuração e ver quem será implicado. Filho certamente. O problema é: o pai vai deixar? Ou pior, e se o pai estiver implicado, o que pode indicar o rolo dos empréstimos? (…) Seja como for, presidente não vai afastar o filho. E se isso tudo acontecer antes de aparecer vaga no supremo?”, questiona-se Dallagnol.

Em outro momento, o procurador discute com os colegas sobre como deve portar diante de um convite feito pela Globo para conceder entrevista para uma matéria sobre o foro privilegiado. A matéria teria como foco uma denúncia contra o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), mas havia o temor de que o caso Queiroz também pudesse ser citado.

Deltan pergunta a opinião dos colegas sobre o convite. “Acho q não é uma boa; além da bola dividida Flávio Bolsonaro, e de ser pauta já definida pelo STF, Paulo Pimenta já nos representou algumas vezes”, diz Julio Noronha. “Pelo Pimenta não vejo problema. O ruim é a bola dividida. Mas não dividir pode ser pior. Fica seletivo”, complementa Antonio Carlos Welter.

Confira a íntegra da reportagem em The Intercept Brasil. 


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