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3 de julho de 2019
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19:53

Associação de juristas pede afastamento de procuradores da Lava Jato após vazamentos

Por
Sul 21
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Associação de juristas pede afastamento de procuradores da Lava Jato após vazamentos
Associação de juristas pede afastamento de procuradores da Lava Jato após vazamentos
Deltan Dallagnol, coordenador da Operação, na cerimônia de devolução a Petrobras de valores recuperados pela Operação Lava Jato. Foto: Guilherme Santos/Sul21

Do Brasil de Fato

A Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) entregou e protocolou nesta quarta-feira, (03), no CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público), uma reclamação disciplinar contra os procuradores Deltan Dallagnol, Carlos Fernando dos Santos Lima e demais integrantes da força-tarefa da operação Lava Jato, que foram flagrados agindo em conluio com o ex-juiz e atual ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro.

“Esperamos que o CNMP acolha a manifestação da sociedade civil, diante da avalanche de fatos que exigem investigação. O que está em jogo não é apenas as condutas dos procuradores da República, mas, a depender de como reaja o Conselho, a própria instituição Ministério Público Federal”, diz a Associação.

A ABJD requere que o CNMP afaste imediatamente, de forma cautelar, os integrantes da força-tarefa da operação Lava Jato. A preocupação se dá diante do risco de adulteração e ocultamento de  provas enquanto se dá a apuração dos fatos revelados pelo The Intercept Brasil, no que está sendo considerado o maior escândalo do judiciário brasileiro.

A troca de mensagens, segundo a ABJD, extrapola as funções legais de cada um, assim como o afastamento de uma procuradora, a inversão da ordem de operações e a indicação de testemunhas, e demais ações coordenadas por Sergio Moro e executadas pelos procuradores e são “exemplos apontados que demonstram atitudes de servidores públicos com ânimo de usar o sistema de justiça e o Poder Judiciário apenas como pano de fundo de uma ação política coordenada”.

“Promotores e procuradores não podem agir conforme seus interesses particulares (políticos, morais, de cunho preconceituoso etc.), mas, sim, de acordo com o interesse público e social”, diz a nota.

A Associação reforça também que é “absurda, abusiva e inaceitável a resposta ofertada em nota pelos membros do Ministério Público da Força Tarefa que a princípio não negaram a autoria dos diálogos e tentaram conferir uma aparência de legalidade e legitimidade, atacando a divulgação.”


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