Últimas Notícias>Política
|
16 de maio de 2019
|
16:35

Flávio Bolsonaro tinha ‘organização criminosa’ em gabinete, diz MP

Por
Sul 21
[email protected]
Flávio Bolsonaro tinha ‘organização criminosa’ em gabinete, diz MP
Flávio Bolsonaro tinha ‘organização criminosa’ em gabinete, diz MP
Flavio Bolsonaro vendeu apartamento em Copacabana com lucro de 292%, enquanto a região valorizou apenas 11%. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Da RBA

A investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) aponta que o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) possuía uma “organização criminosa” dentro de seu gabinete. As informações da revista Veja apontam que filho do presidente  fazia uma “clara divisão de tarefas” para desviar recursos públicos.

Os promotores do caso afirmam ainda que o ex-assessor de Flavio, Fabrício Queiroz tentou assumir a responsabilidade sozinho “para desviar o foco” do senador do PSL.

A reportagem mostra detalhes de um relatório do MP-RJ sobre indícios de lavagem de dinheiro por meio da compra e venda de imóveis. Entre 2010 e 2017, quando ainda era deputado estadual pelo Rio de Janeiro, Flávio investiu R$ 9,425 milhões na compra de 19 imóveis, entre salas e apartamentos, e lucrou R$ 3,089 milhões nessas transações imobiliárias.

O relatório foi usado pelo MP para justificar à Justiça o pedido de quebra do sigilo bancário e fiscal de 95 pessoas e empresas relacionadas a Flávio Bolsonaro, inclusive ele mesmo. A investigação identificou “suspeitas de subfaturamento nas compras e superfaturamento nas vendas” dos imóveis.

Para o Ministério Público, o filho do presidente tentou “simular ganhos de capital fictícios” de modo a encobrir “o enriquecimento ilícito decorrente dos desvios de recursos” da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

Em um dos exemplos de transições suspeitas citado pelo MP, está a compra, em 2012, de um apartamento em Copacabana por R$ 140 mil. O imóvel foi vendido, 15 meses depois,  por R$ 550 mil – o lucro auferido, de 292%, não corresponde à valorização dos imóveis do bairro carioca que, segundo o Índice Fipezap, foi de 11%.

A quebra dos sigilos bancário e fiscal na investigação sobre Flávio também atinge ao menos cinco ex-assessores do presidente Jair Bolsonaro. Todos os eles trabalharam tanto no gabinete do pai, na Câmara dos Deputados, como no do filho, na Alerj, entre de janeiro de 2007 a dezembro de 2018.


Leia também
Compartilhe:  
Assine o sul21
Democracia, diversidade e direitos: invista na produção de reportagens especiais, fotos, vídeos e podcast.
Assine agora