Últimas Notícias>Política
|
24 de maio de 2019
|
17:54

Damares Alves fragiliza programa de proteção de testemunhas no Rio de Janeiro

Por
Sul 21
[email protected]
Damares Alves fragiliza programa de proteção de testemunhas no Rio de Janeiro
Damares Alves fragiliza programa de proteção de testemunhas no Rio de Janeiro
Solenidade de apresentação da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, e dos secretários da Pasta. Foto: Wilson Dias Agência Brasil

Da RBA

O Programa de Proteção de Vítimas e Testemunhas (Provita) do Rio de Janeiro está em risco. O Ministério da Família, da Mulher e dos Direitos Humanos, comandado por Damares Alves, suspendeu os repasses de verba e ainda solicitou dados que podem comprometer a identidade das vítimas e testemunhas protegias.

atraso de repasses chega a quatro meses e já fez com que famílias protegidas tivessem que abandonar o programa. A solicitação de informações, que ameaçam a rede de segurança, foi criticada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por representar ameaça à vida dessas pessoas. O órgão encaminhou uma recomendação para que o ministério revogasse a requisição.

O defensor público do Rio de Janeiro Fábio Amado explica que o serviço é utilizado em casos relacionados ao crime organizado e seu objetivo é a preservação da vida e da integridade das vítimas e testemunhas. “Os atuais gestores do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos não compreenderam ou desconhecem as características que regulam esse sistema de colaboração. Há sigilo previsto em lei e não pode ser demandado o fornecimento de dados, que colocam em iminente risco esses núcleos familiares”, disse à repórter Viviane Nascimento, da TVT.

O Rio de Janeiro é o único lugar do Brasil em que não há contribuição financeira do governo do estado para a manutenção do programa, o que aumenta a vulnerabilidade das famílias, que precisam deixar suas moradias e não podem trabalhar em função dos riscos.

No estado, o programa atende a 46 famílias e metade possui crianças e adolescentes. O atraso no repasse dos recursos do governo federal dificulta o pagamento de despesas básicas, como água luz e o salário da equipe técnica. Segundo o ministério, o programa custa R$ 148 mil por mês e os repasses são feitos nos meses de abril e outubro.

Em nota, o ministério alega que a prestação de contas está de acordo com a Lei nº 13.019/14, o Marco Regulatório da Sociedade Civil, e que não houve solicitação de dados das pessoas protegidas, mas da equipe técnica, da rede de proteção voluntária e da busca por novos parceiros. “A dependência exclusiva do governo federal fragiliza o programa, seja em função dessa demanda recente descabida do governo federal, seja em função da omissão do estado do Rio de Janeiro, que não aporta recursos”, critica Fabio Amado.


Leia também
Compartilhe:  
Assine o sul21
Democracia, diversidade e direitos: invista na produção de reportagens especiais, fotos, vídeos e podcast.
Assine agora