Da Redação
O ministro Ricardo Lewandowksi, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou na tarde desta quinta-feira (25) que a Polícia Federal não poderá constituir uma plateia de jornalistas para acompanhar a entrevista que o ex-presidente Lula irá conceder aos jornais El País e Folha de S.Paulo, prevista para ser realizada nesta sexta-feira (26) na sede da PF, em Curitiba.
Mais cedo nesta quinta, a Superintendência Regional da Polícia Federal no Paraná publicou um despacho com a proposta de que as entrevistas fossem acompanhadas de uma plateia de jornalistas de outros meios de comunicação sem direito a fazer perguntas e, segundo o despacho, “dentro de um limite em que a sala disponível para entrevistas suportar”.
A assessoria de imprensa do ex-presidente Lula emitiu uma nota após ser informada do despacho. “A decisão viola primeiro a decisão do Supremo, já que as entrevistas devem acontecer com anuência do ex-presidente, e também os jornalistas, a prática e a ética jornalística ao permitir que profissionais de outros veículos assistam entrevistas exclusivas para outras publicações e publiquem antes uma entrevista pela qual os outros veículos lutaram na justiça por meses. O ex-presidente Lula encontra-se à disposição para dar entrevista (…), conforme decisão obtida por eles junto ao Supremo Tribunal Federal”, afirma a nota.
El País e Folha conseguiram na última semana no STF o direito de realizarem entrevistas com Lula que haviam sido proibidas pela Justiça, primeiro pela juíza federal Carolina Lebbos e depois pelo ministro Luiz Fux. Após a revogação da decisão, foi decidido que os jornalistas Florestan Fernandes e Mônica Bergamo compartilhariam a entrevista.
De acordo com a Folha, o ministro Lewandowski considerou a iniciativa da PF como uma “franca extrapolação dos limites da autorização judicial em questão” e que apenas aqueles veículos autorizados por Lula poderiam participar da entrevista. Após a decisão do STF, a PF emitiu nota dizendo que irá cumprir o determinado pelo ministro.
