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2 de março de 2019
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17:14

Lula deixa cerimônia após cremação do neto Arthur

Por
Luís Gomes
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Lula deixou a cerimônia em São Bernardo do Campo (SP) por volta das 13h | Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação

Da Redação*

O ex-presidente Lula deixou o Cemitério da Colina, em São Bernardo do Campo, por volta das 13h deste sábado (2) após participar do velório do neto Arthur Araújo Lula da Silva, 7 anos, que morreu nesta sexta-feira (1º), vítima de meningite meningocócica. Lula chegou no local por volta de 11h, cercado por um aparato policial gigantesco, que incluía homens de fuzil. Ao chegar ao local, foi recebido por apoiadores que prestavam solidariedade com gritos de “Lula livre” e “Lula guerreiro do povo brasileiro”.

Segundo informações da Folha de S.Paulo, Lula recebeu duas ligações, por meio do telefone do ex-ministro Gilberto Carvalho, do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e do teólogo Leonardo Boff e encerrou as duas conversas aos prontos. Também participaram da cerimônia figuras políticas como a ex-presidente Dilma Rousseff, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad e a presidente do PT, Gleisi Hoffman.

De acordo com o Buzzfeed Brasil, Lula disse na cerimônia — a PF não autorizou filmagens no local — que não se conformava com um neto morrer antes dos avós. “O Arthur sofreu muito bullying na escola por ser neto de Lula. Sofreu demais”, disse o ex-presidente, segundo o Buzzfeed.

Arthur era filho de Marlene Araújo Lula da Silva e Sandro Luis Lula da Silva, filho de Lula e de Marisa Letícia. Os familiares e amigos se despediram da criança em um caixão branco aberto, que foi adornado com brinquedos, bola de futebol e um par de chuteiras, segundo a Folha.

Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação

Saída de Lula

No final de janeiro, a Justiça rejeitou o pedido de Lula para acompanhar o velório de seu irmão, Genival Inácio da Silva, o Vavá, sob a alegação de que não haveria tempo hábil ou logística para que ele chegasse ao sepultamento. O presidente do STF, Dias Toffoli, chegou a autorizar que ele se encontrasse com familiares em uma unidade militar em São Bernardo do Campo, mas apenas pouco tempo antes de Vavá ser sepultado e Lula acabou permanecendo em Curitiba.

Desta vez, após o falecimento de Arthur, a Justiça concedeu a saída temporária de Lula com base no artigo 120 da Lei de Execução Penal. O Ministério Público Federal (MPF) apresentou um parecer favorável e o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), disponibilizou uma aeronave para o transporte do ex-presidente.

Ele deixou a sede da Polícia Federal em Curitiba, onde está preso desde 7 de abril, por volta de 7h em um helicóptero. Foi levado ao aeroporto do Bacacheri e embarcou  para o Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, onde chegou cerca de 8h30.

O velório começou às 22 horas desta sexta e a cremação ocorreu às 12 horas deste sábado. O cemitério é o mesmo onde foi cremada a ex-primeira-dama Marisa Letícia, que faleceu em fevereiro de 2017.

A juíza Carolina Lebbos, da 12ª Vara Federal de Curitiba, autorizou Lula a ficar apenas 1h30 no velório. Por conta da determinação, Lula precisou esperar algumas horas antes de se dirigir ao cemitério, mas o ex-presidente acabou permanecendo por cerca de 2h no local.

Para a advogada Tainã Góis, da Rede Feminista de Juristas, não existe previsão legal para que o ex-presidente ficasse apenas uma hora e meia no velório, o que fez com que Lula tivesse que ficar “preso no aeroporto”. “Nosso Judiciário perdeu a noção dos direitos humanos há algum tempo”, criticou.

Após deixar o velório, Lula iniciou o retorno à carceragem da Polícia Federal, em Curitiba.

*Com informações do Brasil247 , do Buzzefeed Brasil e da Folha de S. Paulo


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