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25 de março de 2019
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17:49

Clubes argentinos se unem para repudiar golpe militar de 1976

Por
Sul 21
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Twitter/Reprodução

Rede Brasil Atual

Alguns dos principais clubes de futebol argentinos se juntaram neste domingo (24), publicaram selos e manifestos em suas redes sociais e subiram a hashtag #NuncaMás, sinalizando seu repúdio ao golpe de Estado que iniciou uma ditadura civil-militar no país em 24 de março de 1976. A data inspirou o parlamento argentino a instituir, em 2001, o Dia Nacional da Memória pela Verdade e Justiça, como forma de homenagear os cerca de 30 mil desaparecidos políticos do regime que se seguiu ao golpe, comandado por uma junta militar, que durou até 1983.

“O Racing tem claro que Nunca Mais é um símbolo intimamente ligado à vida”, escreveu, em manifesto, o atual líder do campeonato argentino. “Por isso não esquece e por isso, como integrante das centenas de instituições esportivas e não esportivas que formam parte da sociedade argentina, se incorpora à comemoração do Dia Nacional da Memória pela Verdade e Justiça.”

O Racing escreveu ainda que o regime imposto pelos militares do país vizinho tinha um “plano genocida” e “sequestrou, torturou, assassinou e desapareceu com milhares de cidadãos e cidadãs. Além disso, desenvolveu um plano sistemático de apropriação de menores que tirou o direito à identidade de centenas de meninos e meninas.”

As manifestações foram publicadas também pelos dois clubes mais populares da Argentina, o Boca Juniors e o River Plate e outros de destaque no futebol do país, como Veléz Sarsfield, Estudiantes, Banfield, Independient, San Lorenzo, Rosario Central e outros.

O Banfield publicou um vídeo que mostra entrevista com a irmã de uma desaparecida torcedora do clube. “Repudiamos energicamente a ditadura cívico-militar, um capítulo trágico da história de nosso país”, escreveu o Lanús.

Em 1976, uma coalizão de militares, entidades civis e eclesiásticas se uniu para destituir e prender a presidenta Maria Estela Martinez de Perón, a Isabelita, assim como alguns de seus ministros. Os anos seguintes foram marcados por violações de direitos humanos, como tortura e perseguição política. Desde 2003, a data é lembrada com um grande ato público organizado por movimentos sociais, como o das Mães da Praça de Maio, e partidos para relembrar o genocídio promovido pelo Estado durante o período.


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