Da Redação
Salim Mattar, secretário especial de Desestatização e Desinvestimento do Ministério da Economia do governo Bolsonaro, defendeu que a mineradora Vale deve ser “reprivatizada”. Em palestra durante seminário realizado pela revista Voto, em Brasília, Mattar disse que a empresa não foi privatizada de fato, pois é controlada por fundos de pensão ligado a empresas estatais e que esse modelo precisaria ser revisto.
A antiga Vale do Rio do Doce foi vendida pelo então governo de Fernando Henrique Cardoso em 6 de maio de 1997 por cerca de US$ 3,3 bilhões (em valores da época) a um consórcio liderado pela Companhia Siderúrgica Nacional, que assumiu o controle acionário da mineradora. A Vale passou então a ser uma sociedade anônima e de capital aberto. Com o decorrer do tempo, a maioria das ações da empresa passaram a ficar sob o controle do BNDES Participações, dos fundos de previdência dos trabalhadores de estatais e da própria União, mas segue sendo uma empresa de capital aberto.
Mattar também defendeu que a Vale não pode ser demonizada após o rompimento da barragem em Brumadinho (MG), que, até a tarde desta quarta-feira (14), já teve 166 mortes confirmadas e pelo menos outras 155 desaparecidas. “A Vale é uma companhia espetacular, geradora de riqueza e empregos”, disse. O secretário também havia defendido a Samarco quando do rompimento da barragem em Mariana (MG), em 2015, que deixou 19 mortos e causou um desastre ambiental na região do Rio Doce.
Para ele, é preciso separar a responsabilidade da empresa, que seria de indenização material de vida e de reconstrução do meio ambiente, da responsabilidade de pessoas físicas pelo rompimento da barragem.
Mattar, no entanto, disse que a venda das ações da Vale, que estão sob o controle do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), não deverá ocorrer agora, mas projetou que isso pode ocorrer em dois ou três anos.
*Com informações do Valor