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16 de fevereiro de 2019
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19:24

Jurista paranaense diz que direito não está valendo na condenação de Lula

Por
Sul 21
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Jurista paranaense diz que direito não está valendo na condenação de Lula
Jurista paranaense diz que direito não está valendo na condenação de Lula
Professor de Direito Carlos Frederico Marés faz uma análise sobre os últimos capítulos desses processos. Foto: Arquivo Pessoal

Ana Carolina Caldas
Do Brasil de Fato

A juíza federal substituta Gabriela Hardt condenou, em 06 de fevereiro, o ex-presidente Lula por corrupção e lavagem de dinheiro em ação da Lava Jato sobre o chamado “sítio de Atibaia”. Os principais argumentos utilizados pela juíza na sentença são depoimentos dados como delações premiadas, em que condenados negociam perdões em troca de denúncias a outras pessoas. Vários juristas já questionaram a qualidade jurídica da sentença, bem como a fragilidade e inconsistência de provas em todo o processo que levou o Lula à prisão. Em entrevista ao Brasil de Fato, o professor de Direito Carlos Frederico Marés faz uma análise sobre os últimos capítulos desses processos.

BDF-PR – Como o senhor analisa a última sentença proferida pela juíza substituta Gabriela Hardt contra Lula? 

Carlos Marés – A sensação que dá ao ler a sentença é que ela fez apressadamente para que pudesse assinar e não deixar na mão do juiz que assumiu. Talvez nem ela nem Moro tivessem confiança que outros juízes seguiriam a mesma linha deles.

O texto e argumentos usados por ela foram muito criticados por juristas. Qual sua opinião? 

A primeira coisa que se tinha de provar era que a propriedade, seja do sítio de Atibaia, seja do apartamento, era do Lula. Não existe essa prova nem antes nem agora. De novo, não aparecem provas. A segunda questão é relativa aos benefícios e melhorias nas propriedades. Não há provas materiais novamente nesse processo. Portanto, não tem nenhuma novidade, ela segue a mesma linha de Sérgio Moro. Quer dizer, uma sentença juridicamente fraca e inconsistente.

O senhor tem dito que o processo contra Lula é um desrespeito ao direito. Como isso se relaciona a esta última sentença?

Do ponto de vista jurídico, a sentença da juíza Gabriela Hardt apenas confirma que não é o direito que está valendo para as condenações a Lula. Sendo assim, podemos falar que Lula é preso político. Digo isso porque as sentenças baseiam-se em juízos políticos. Não dá menor relevância para provas, não busca provas.

 


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