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14 de fevereiro de 2019
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13:35

Deputado entra com pedido de realização de plebiscito sobre reestatização da Vale

Por
Sul 21
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Deputado entra com pedido de realização de plebiscito sobre reestatização da Vale
Deputado entra com pedido de realização de plebiscito sobre reestatização da Vale
Vale está envolvida em dois crimes ambientais em menos de três anos e meio. | Foto: Isac Nóbrega/PR

Marcos Hermanson
Brasil de Fato

O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) protocolou nesta quarta-feira (13), na Câmara dos Deputados, um projeto legislativo que pede a realização de um plebiscito de reestatização da mineradora Vale, privatizada em 1997.

“Depois de dois crimes ambientais em menos de três anos e meio, é preciso perguntar ao povo brasileiro se ele quer de volta a Vale como empresa pública”, disse o deputado em sua conta no Facebook. Em entrevista à Rádio Brasil Atual ontem (13), Correia discorreu sobre os motivos da proposta: “Nós precisamos de uma empresa que pense estrategicamente o Brasil, pense a integração nacional, novas formas sustentáveis de minerar. Por isso reestatizar a Vale é uma questão fundamental para pensar o desenvolvimento do país. E isso só pode ser feito através de um plebiscito, porque é o [instrumento] que tem a força política para fazê-lo”.

O objetivo do petista é fazer com que a votação tramite em regime de urgência, para isso ele precisa das assinaturas de um terço da Casa, ou 171 parlamentares.

No dia de ontem, deputados e senadores protocolaram também um pedido de abertura de Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar as causas do crime de Brumadinho. A articulação do pedido envolveu 240 parlamentares de mais de 11 partidos. Eles consideram que a instauração de uma investigação que envolva ao mesmo tempo ambas as casas seja mais eficaz do que a criação de comissões paralelas.

Tanto o pedido de CPMI quanto o projeto do plebiscito de reestatização devem enfrentar resistência na Câmara e no Senado. Correia também abordou o tema na entrevista à Rede Brasil Atual: “Vamos ter muita resistência de quem faz o lobby da mineradora, mas tem também do Brasil atual do Bolsonaro, que é o do neoliberalismo, do lucro. São os mesmos que querem entregar de graça para o capital financeiro e para os Estados Unidos a Petrobras e o Banco do Brasil”, afirmou o deputado.

Há 21 anos, a então Companhia Vale do Rio Doce foi adquirida por um consórcio liderado pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) que arcou com o montante de R$ 3,3 bilhões. O valor do leilão levou em consideração apenas a infraestrutura da empresa, enquanto ignorava o potencial das reservas naturais sobre as quais a mineradora detinha controle, algo que aumentaria consideravelmente o valor da venda.


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