O coletivo de ativistas socialistas neozelandês ocupou, na noite de quarta-feira (2), a embaixada brasileira em Wellington, na Nova Zelândia, em protesto contra o presidente Jair Bolsonaro.
O objetivo do grupo chamado Organise Aotearoa, que divulgou a ação nas redes sociais, é denunciar a escalada fascista no Brasil e no mundo e exigir do governo local a expulsão do embaixador brasileiro na cidade, bem como a saída do embaixador da Nova Zelândia no Brasil.
“Nós, do OA, nos opomos ao governo do Presidente Jair Bolsonaro, que assumiu essa semana. Estamos ocupando a embaixada brasileira em Wellington, Nova Zelândia, em solidariedade com o povo brasileiro sujeito à violência do estado fascista e antidemocrático. Exigimos a expulsão do embaixador brasileiro na Nova Zelândia e a retirada do embaixador neozelandês no Brasil. Não nos relacionamos com nações fascistas!”, escreveram os ativistas.
OA opposes Brazilian President Jair Bolsonaro’s government coming into power this week. We are occupying the Brazilian Embassy in Wellington in solidarity with the people of Brazil, who are now subject to the violence of an undemocratic, fascist state. #nobolsonaro pic.twitter.com/bqOOgZuMs9
— Organise Aotearoa: For Liberation and Socialism (@OrgAotearoa) January 2, 2019
Na embaixada, o grupo levantou faixas contra o presidente eleito e tirou fotos com imagens da vereadora Marielle Franco, assassinada em março do ano passado.
Socialists in Aotearoa stand in solidarity with the Brasilian people in the face of impending fascist violence #nobolsonaro pic.twitter.com/bs7Uiy5uET
— red star lesbian (@yardsoflenin) January 2, 2019
De acordo com o grupo, a eleição de Bolsonaro e suas relações com os Estados Unidos e Israel mostram a ascensão de uma “internacional fascista”.
“Com Bolsanaro e sua aliança com Israel e os Estados Unidos, estamos testemunhando o surgimento de uma internacional fascista. É nosso dever encontrar e resistir com uma internacional socialista. Somente o socialismo pode resolver as crises que o capitalismo cria”, pontuou o grupo.
Na quinta-feira (3), os ativistas denunciaram que estão recebendo ataques de cunho homofóbico de apoiadores de Bolsonaro.
“Durante a noite, nossas páginas de mídia social foram invadidas por críticas e discursos de ódio dos partidários do presidente fascista brasileiro, Jair Bolsonaro. Não podemos deixar de notar que nossos membros gays, em particular, estão sendo escolhidos e alvejados com uma linguagem vil e homofóbica. Nossos corações estão com as pessoas LGBT + no Brasil que têm que viver neste clima de ódio e fanatismo, com medo da crescente escalada de crimes de ódio contra eles pelos partidários de Bolsonaro”, denunciou o grupo.
Nem Bolsonaro e nem o Itamaraty se pronunciaram sobre o protesto internacional.